Aneurisma: cientistas descobrem nova forma de identificar riscos
Tecmundo
Variações na simetria das artérias do cérebro estão associadas a um maior risco de aneurisma intracraniano, conforme acaba de revelar um novo estudo realizado na Universidade da Austrália Meridional. A descoberta deve fornecer a cientistas e médicos uma nova ferramenta de triagem para monitorar pessoas em risco.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram os dados de exames de imagem de 145 pacientes e encontraram diferenças cruciais na morfologia do cérebro daqueles que sofreram aneurisma.
O que é aneurisma
Uma dilatação anormal em uma artéria é chamada de aneurisma. O perigo é que ele é um mal silencioso, pois raramente causa sintomas. Ele costuma aparecer de forma súbita, quando um vaso sanguíneo se rompe causando hemorragia interna.
Profissional analisa exame de tomografia computadorizada do cérebro (créditos: sfam_photo/Shutterstock)
O aneurisma intracraniano causa morte em mais da metade dos acometidos, segundo o pesquisador principal de neuroanatomia da universidade que realizou o estudo, Arjun Burlakoti, em comunicado da instituição.
“Muitos aneurismas pequenos e não rompidos passam despercebidos nas técnicas de imagem comumente usadas. Eles podem não ser diagnosticados até que cresçam o suficiente para causar sintomas ou ruptura, geralmente quando é tarde demais", afirmou o pesquisador.
Como detectar o risco maior de aneurisma?
Ao observar imagens do cérebro de pessoas com aneurismas a equipe percebeu que as quatro artérias que entram na caixa do cérebro, dividindo-se em vários segmentos e fornecendo sangue, não eram proporcionais entre si. Isso aumentava os picos de pressão arterial, causando nos paciente a predisposição a vasos sanguíneos inchados.
A diferença entre pessoas com maior ou menor risco do aneurisma no cérebro, com base na observação desenvolvida no estudo, é enorme: pessoas em que a parte frontal da rede arterial do cérebro difere na proporção dos diâmetros esquerdo e direito em até 1,4, têm um risco de 80% de desenvolver aneurismas no local. Já aqueles com proporções simétricas abaixo de 1,4 têm um risco de apenas 7,8%.
“Com base em nossas descobertas, as angiografias de ressonância magnética e tomografia computadorizada irão determinar se as pessoas têm artérias cerebrais assimétricas e, em caso afirmativo, elas devem ser escaneadas regularmente para procurar por aneurismas cerebrais”, disse Burlakoti.
Como saber se estou tendo um aneurisma?
Enquanto os resultados do estudo não são aplicados por aqui — e também não são acessíveis a toda a população —, é importante ficar atento aos sinais.
E se um aneurisma se romper? O principal sintoma é uma dor de cabeça súbita e intensa, frequentemente acompanhada por visão dupla, náuseas e vômitos, torcicolo, fraqueza muscular, confusão, convulsões e parada cardíaca, segundo o comunicado da universidade.
Se detectados precocemente, os aneurismas podem ser monitorados e retardados pelo controle medicamentoso da pressão arterial, mudanças na dieta e no estilo de vida.
ARTIGO BMJ Open: