Queda de testosterona marca andropausa; saiba mais sobre a condição
Tecmundo
*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
Ao longo da nossa vida sofremos diversas alterações hormonais, e não é diferente quando envelhecemos. Nas mulheres, há uma queda dramática no nível dessas substâncias durante o período da menopausa. Já nos homens, essa variação é mais gradual.
Chamada "menopausa masculina", ou andropausa, a fase é marcada pela redução da concentração de testosterona com o avanço da idade. Mas o termo é impreciso, porque os processos em homens e mulheres são completamente diferentes.
Com a idade os níveis de testosterona naturalmente diminuem (Fonte: Shutterstock)
Menopausa para elas...
Em mulheres, a menopausa é o período que se segue ao fim da vida fértil. É que o ciclo de ovulações que elas passam tem data de expiração e são interrompidos em um certo momento da vida.
A partir desse ponto, acontecem mudanças metabólicas. A principal delas é na produção hormonal. Como já não são necessários para a liberação dos óvulos, o corpo deixa de produzi-los e a sua concentração cai muito em pouco tempo.
O problema, entretanto, é que essas substâncias possuem muitas outras funções no corpo humano para além da reprodutiva. A mudança brusca provoca, portanto, uma série de sintomas, como menstruação irregular, ondas de calor e mudanças de humor.
... e andropausa para eles
Neles, entretanto, a história não é bem essa. A produção de testosterona não cai após uma mudança fisiológica única - como o encerramento da ovulação - mas com o passar dos anos e o envelhecimento do corpo.
Tecnicamente essa redução é chamada de hipogonadismo de início tardio ou baixa testosterona relacionada à idade. Como ela é gradativa, o corpo tem mais tempo para lidar com as concentrações menores e, portanto, causa menos sintomas agudos.
Especialistas estipulam que, após os 40 anos, a produção de testosterona cai cerca de 1% ao ano. Ainda assim, a queda é pequena, e a maioria dos homens mais velhos mantêm os níveis de hormônio dentro das faixas ideais.
Os níveis de testosterona podem ser identificados através de exames clínicos (Fonte: Shutterstock)
É por isso mesmo que essa redução pode passar quase despercebida por muitos. Alguns só descobrem o problema através de exame de sangue e, ainda assim, quase sempre por acaso, já que essas não são análises rotineiras.
Para dificultar o diagnóstico, alguns dos sinais e sintomas que poderiam indicar o problema não são específicos. Isso significa que eles podem ser causados por outras condições de saúde, algumas até mesmo mais graves, e podem ser uma pista errada para um médico que busca um diagnóstico.
Muitas vezes o primeiro sinal do problema surge com a diminuição da libido e da atividade sexual, que pode ou não estar acompanhado de disfunção erétil. Alguns pacientes podem apresentar também desconforto nas mamas e infertilidade.
A disfunção erétil pode ser um dos primeiros sinais do problema (Fonte: Shutterstock)
Em último caso, pacientes terão perda de altura, fraturas frequentes por conta de uma menor densidade óssea e ondas de calor ou suor. Desânimo, redução da confiança e do humor, falta de concentração, sonolência ou insônia, anemia leve, perda de massa muscular e ganho de gordura também são possíveis sintomas.
Ainda assim, especialistas não recomendam o exame de testosterona rotineiro, e costumam receitar apenas para pacientes com sintomas. Mesmo nesses casos, o resultado inicial baixo deve ser confirmado por um segundo teste.
Além disso, um médico pode pedir análises adicionais para descartar outras fontes do problema, como por exemplo, da glândula pituitária presente no cérebro e responsável pelo nosso sistema endócrino.
Adaptar-se ao processo é a chave para um envelhecimento saudável (Fonte: Shutterstock)
Quando outros problemas são descartados, o paciente pode receber o diagnóstico e, se for o caso, dar início a um tratamento. Entretanto, não são todos os quadros que requerem intervenção: se os níveis de hormônios estiverem dentro da faixa ideal, não é necessário tratamento.
Entretanto, existem pessoas que optam por terapias voltadas para a recuperação da libido e da capacidade sexual. Isso deve ser feito sempre sob acompanhamento do médico responsável, capaz de avaliar os riscos e benefícios.
Caso opte por iniciar a reposição hormonal, o especialista explicará para o paciente as diferentes formas que a testosterona pode ser aplicada e também estabelecerá testes de acompanhamento regulares.
Mas ainda que possa apresentar resultados positivos, o uso de hormônios não garante solução. Além disso, existem riscos associados como o crescimento de câncer de próstata ou de mama e derrames.
Por isso, essa alternativa deve ser evitada se possível. A redução da testosterona é normal ao longo da vida, mas é gradual. Adaptar-se ao processo aos poucos é a melhor saída pra envelhecer em paz e com saúde.