Síndrome de Burnout: serão os jovens millennials os mais afetados?
Tecmundo
O Burnout afeta 30% dos trabalhadores brasileiros, segundo dados disponibilizados pela ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil). Esse problema está cada vez mais frequente em todo o mundo, atingindo, inclusive, o público mais jovem.
Portanto, não é à toa, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que a Síndrome de Burnout, fará parte da 11º Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-11), que entrará em vigor a partir de janeiro de 2022.
O que é a Síndrome de Burnout?
O burnout diminui a energia para execução das tarefas (Fonte: Shutterstock)
A Síndrome de Burnout, também chamada “Síndrome do Esgotamento Profissional”, é um distúrbio psicológico que provoca uma sensação de extrema fadiga no indivíduo, ou seja, a pessoa sente que não possui energia física e/ou mental para exercer as suas atividades de trabalho.
De acordo com a OMS, o problema não é considerado uma condição médica, mas é um fator que contribui para que as pessoas procurem os serviços de saúde, já que ocorre o prejuízo no desempenho das funções trabalhistas.
Além disso, a organização afirma que a inclusão do burnout na CID-11 é referente apenas às circunstâncias que envolvam situações profissionais, não sendo utilizado para descrever outras áreas da vida.
Quais são os sinais de que uma pessoa possa estar sofrendo com a síndrome? Confira!
Os principais sintomas de burnout
O esgotamento profissional apresenta tanto sintomas psicológicos como comportamentais e físicos. Vejas os principais traços de cada grupo:
- Psicológico: ansiedade, depressão, baixa autoestima, irritabilidade e apatia;
- Comportamental: faltas frequentes, redução da produtividade, isolamento social, reclamações constantes e esquecimento de compromissos e tarefas;
- Físico: dor de cabeça, alterações gastrointestinais, insônia, dores musculares, tonturas, pressão alta, sudorese, falta de ar, palpitações e diminuição da libido.
Quais são os fatores que contribuem para o desenvolvimento da síndrome de burnout entre os jovens millennials?
A intensa busca pelo sucesso na carreira contribui para que os millennials desenvolvam o esgotamento profissional (Fonte: Shutterstock)
Os jovens millennials, também conhecidos como “Geração Y”, são os indivíduos que nasceram entre os anos 1981 e 1995. Esse grupo de pessoas acompanhou a transformação do mundo digital e a instabilidade financeira do mundo na Crise de 2008.
A cultura dessa geração valoriza a ascensão e o reconhecimento profissional. Assim, não medem esforços para conseguir alcançar cargos cada vez maiores. No entanto, muitas vezes, isso significa trabalhar excessivamente, assumindo mais responsabilidades do que realmente é capaz de dar conta.
Como resultado, a necessidade de encontrar o sucesso e o desejo de demonstrar o valor do seu serviço para outros, acaba resultando em sobrecarga de estresse e ansiedade, fatores que contribuem para o desenvolvimento da síndrome.
Para Greg McKeown, autor do livro “Sem esforço”, é preciso mudar a valorização do trabalho excessivo, não é que o colaborador tenha um comportamento preguiçoso, mas a busca extrema por resultados leva ao esgotamento do profissional.
Além do mais, muitos millennials ocupam posições de liderança de nível médio e, com isso, supervisionam o serviço de outros trabalhadores, mas ainda são indivíduos jovens e esse fator pode gerar uma certa insegurança quanto à própria capacidade de atingir as expectativas tanto dos subordinados como de seus superiores.
Atenção aos perigos da tecnologia
A Geração Y também é adepta ao uso de ferramentas digitais no desempenho de suas funções, o que pode ser útil para agilizar a finalização dos processos e otimizar o tempo de entrega.
Por outro lado, segundo a psicóloga Juliana Orrico, em entrevista à Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), a tecnologia pode contribuir para que a pessoa realize multitarefas, e esse hábito costuma trazer consequências negativas para a saúde, provocando estresse.
Além disso, os recursos tecnológicos estão presentes mesmo em momentos de descanso e lazer. Por exemplo, muitos usam regularmente as redes sociais e acompanham a história de pessoas que aparentam ser bem-sucedidas em todos os aspectos da vida, o que pode gerar uma situação de baixa autoestima.
Esse é um fator de alerta, já que “a comparação e competição social tem influência no burnout profissional”, conforme diz Juliana.
Em resumo, a síndrome é consequência do excesso de estresse e desgaste no trabalho. O fenômeno está cada vez mais comum e a OMS decidiu incluir o distúrbio na CID-11. Porém, o ideal é não desenvolver esse problema de saúde. Para os millennials, isso significa rever sua postura diante do trabalho, evitando a sobrecarga e mantendo uma relação equilibrada quanto ao uso da tecnologia.