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Numa Editora lança “Black Rio nos Anos 70: A grande África Soul”
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Numa Editora lança “Black Rio nos Anos 70: A grande África Soul”

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Virgula
15/08/2022 16h32
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Numa Editora lança “Black Rio nos Anos 70: A grande África Soul”

Os gritos dos movimentos estadunidenses, em prol dos direitos civis e antirracistas, ecoavam fortemente nos subúrbios cariocas no decorrer dos anos 1970. Milhares de jovens negros-mestiços, oriundos das periferias da cidade, transformavam seus corpos dançantes em veículo para ressignificar, na prática, sentimentos de pertencimento, uma nova percepção insurgente de sua autoestima e afirmação do orgulho negro.

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Diniz, doutor em Geografia Cultural pela UFF, é professor de pós-graduação da Uni-Carioca e da FACHA, e viveu de perto esse fenômeno até hoje tão pouco estudado. “Frequentei esses bailes aos 16 anos, que eram bailes proibidos, enquanto o samba era permitido… Esse movimento foi importantíssimo, ele é a base de todos os movimentos que vão surgir depois, o funk e o hip-hop”, relembra.

Segundo o autor, a Black Rio ou Black Soul estava vinculada a um movimento transnacional embasado na luta pelos direitos civis dos negros estadunidenses, e incomodava porque estava fora dos cânones da época. Era criticado pela direita, do regime militar, e também pela esquerda, que valorizava a tradição e a modernidade, no caso a sigla MPB. “O movimento black não tinha referência na história da negritude brasileira, mas na história da negritude mundial, na diáspora mundial. Ele era atacado pelo Gilberto Freyre, o pensador da miscigenação brasileira, e era atacado também pelo Ferreira Gullar!”, pontua.

Para André, o movimento Black Soul, Black Rio, por si só já era político. “Ele colocou na ordem urbana do Rio de Janeiro a identidade do cabelo afro, do pisante, da roupa colorida, o negro passou a se sentir bonito. Era um movimento ideológico? Não, era um movimento político também pela questão estética.”

Diniz relembra que a repressão no tempo da ditadura monitorou e se preocupava com o movimento porque achava que recebia dinheiro de fora para estimular a rebeldia, e até mesmo criar um bairro negro de onde poderia se expandir para outros territórios.

E pontua que era também um movimento ligado ao mercado: “Surgia um mercado de produtos para os negros remediados ou de classe média – discos, roupas, pentes, creme… Ou seja, está ligado à questão da moda, à questão do mercado, à questão da identidade, à questão dos direitos civis”.

 

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