Pressão de fim de ano? Psicólogo dá dicas de como evitar cobranças e frustrações
Virgula
Quando o mês de dezembro se inicia, já é comum as pessoas começarem a fazer um balanço dos últimos 365 dias e, com isso, um mix de emoções surge. Para muitos, essa época de fim de ano é motivo de alegria, felicidade, retrospectiva, realizações e confraternizações, mas para outros pode ser um momento de cobranças, frustrações, tristezas e incertezas.
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O psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), e especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), explicou como o cérebro funciona nessas ocasiões: “O final de ano, inevitavelmente, representa ‘inovações e mudanças’, quando não há a conclusão desses elementos no mote original do desejo e da realização, ocorre em forma de cascata as cobranças pessoais, em desenvolvimento com a ‘frustração’, que se perfaz mais emocionalmente sentida do que em outras épocas. O cérebro entende que ao não haver as ‘necessárias mudanças’ nas áreas da vida da pessoa em que deveriam acontecer, há uma sensação perene de fracasso pessoal, o que inevitavelmente leva mesmo à conotação depressiva, podendo essa manifestação sintomatológica ter uma extensão também nos primeiros meses do ano”, explica.
O especialista afirma ainda que outras questões também levam a cobranças internas pesadas, como uma associação mental inconsciente: “A qual há uma automática reflexão sobre o cumprimento ou não das tão sonhadas metas”, continua.
Alexander deu algumas dicas de como lidar com esses sentimentos e escapar dessas frustrações: “Planejamentos e considerações pessoais de altíssima relevância, no sentido em focar o que pode ser feito e se preparar antecipadamente para não alimentar a frustração. Por esse estresse externo específico não ter sido trabalhado psicologicamente, o fato de não ter conseguido cumprir determinadas metas, os sentimentos negativos acabam sendo ainda mais evidenciados”, pondera.
O psicólogo reforça pontos importantes para começar o ano de forma mais leve e mais preparado psicologicamente: “Ter a compreensão da sua real situação mental, intelectual e de sua potência de mudança. Compreender que a não realização de algumas coisas é uma constante na vida de todos e devemos saber lidar com ela. Fazer as coisas que estão ao seu alcance! Ter essa consciência, saber como continuar a se cuidar é essencial para que esse sentimento de frustração não seja ainda mais acentuado e possa se transformar em um quadro mais delicado de depressão. É importante não se afastar das comemorações, se estiver distante das pessoas queridas, procure se ocupar com atividades diversas, caso não consiga se engajar em algum grupo, faça parte de um trabalho voluntário, mantenha-se ocupado, participando das comemorações e entrando na confraternização, com isso a depressão com hora marcada irá atrasar e provavelmente nem aparecer em seu contexto natalino e de ano novo. Esteja disposto a se autoanalisar, alterando comportamentos prejudiciais, respeitando seu próprio tempo. Busque, se preciso for, se aprimorar nas áreas que gostaria de investir e, acima de tudo, compreenda que não existe perfeição, portanto não se cobre demais! Todos esses fatores são essenciais para aliviar essa onda de pensamentos negativos que podem surgir.”, conclui Bez.