Crítica: UTOPIA, de Travis Scott, é obscuro e sentimental, mas não para qualquer um
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O dia chegou! Nesta última sexta-feira, 28, finalmente, o rapper texano Travis Scott lançou seu tão aguardado álbum UTOPIA. Porém, como sempre ambicioso em tudo que faz, o artista decidiu experimentar e inovar neste disco tão esperado pelos milhões de fãs que conquistou nos últimos anos.
UTOPIA é o primeiro projeto completo de estúdio feito por Travis desde 2018, quando entregou para o mundo da música o icônico e geracional Astroworld. Porém, desta vez, o artista tentou - e conseguiu - trazer algo mais obscuro e introspectivo para o cenário. Muito inspirado por Yeezus, de Kanye West, de 2013, que na época, já era considerado à frente de seu tempo, o novo projeto do ex-namorado de Kylie Jenner transmite a mesma sensação que o de Ye: inovação.
Nas primeiras três faixas do álbum (HYAENA, THANK GOD e MODERN JAM), Travis está mais ‘quieto’ e introspectivo. E é somente na quarta música, MELTDOWN, que conta com participação de Drake, que o artista realmente se mostra o que todos esperavam.
A produção excepcional continua o ponto forte das obras de Travis Scott, mas em seu quarto álbum de estúdio, mostra que não é mais o mesmo de quando lançou Astroworld, cinco anos atrás. Experimentando muitos sons diversos e com sonoridade mais densa que o normal, o texano mostra sua intenção logo de cara: uma experiência mais imersiva do ouvinte com o que ele tem para oferecer.
Com letras simples e sem surpresas para um álbum de trap, mas, ao mesmo tempo, profundas e sentimentais, Travis mantém uma performance durante o álbum mais íntima e menos energética, com um tom mais contido do que antigamente. O disco apresenta pontos altíssimos, como DELRESTO (ECHOES), em uma colaboração com Beyoncé, mas outros bem baixos, como K-POP, que conta com Bad Bunny e The Weeknd, porém, o criador do projeto quase nem aparece.
Abordando mais questões religiosas e coisas da vida de Travis, UTOPIA se mostra ser o álbum que o cantor mais se entregou. E com o teor extremamente profundo e sombrio, o disco não é daqueles que agrada qualquer um, principalmente os que esperavam algo dentro dos padrões, ainda mais do padrão Travis Scott.
Em UTOPIA, Travis pega tudo que construiu nos últimos anos e deixa de lado, mostrando que pode se aventurar em outras sonoridades e entregar um projeto excepcional. O álbum faz uma transição sutil entre as faixas e mostra que o cantor sabe extrair o melhor de suas colaborações.
As 19 faixas de UTOPIA contam com mais de 1h13 de duração. Repletas de participações estreladas, as músicas contam com artistas como Swae Lee (THANK GOD & SIRENS), Teezo Touchdown (MODERN JAM), Bon Iver e Sampha (MY EYES), Drake (MELTDOWN), Playboi Carti e Sheck Wes (FE!N), Beyoncé (DELRESTO (ECHOES)), 21 Savage (TOPIA TWINS & TIL FURTHER NOTICE) e Rob49 (TOPIA TWINS), The Weeknd (CIRCUS MAXIMUS & K-POP), Young Thug (SKITZO), Westside Gunn (LOST FOREVER) e James Blake (LOST FOREVER & TIL FURTHER NOTICE), Bad Bunny (K-POP), Future e SZA (TELEKENESIS).
Com críticas completamente divididas entre pessoas que amaram o projeto e pessoas que detestaram as novas músicas proporcionadas por Travis Scott, se UTOPIA será um álbum tão marcante quanto os outros do rapper, apenas o tempo dirá. E você, gostou?