Alceu Valença é o grande vencedor da exta sedição do Prêmio UBC 2022
Virgula
“Tu vens, tu vens, Eu já escuto os teus sinais”. Os versos imortais de Alceu Valença darão o tom de uma merecida homenagem a um dos maiores artistas brasileiros. A União Brasileira dos Compositores (UBC) realizará a sexta edição do Prêmio UBC, em uma cerimônia repleta de surpresas para Alceu. Autor de mais de 300 canções registradas, o artista receberá o Prêmio do Compositor Brasileiro, dia 08 de novembro, em cerimônia na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
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“Recebo com muita alegria a homenagem da União Brasileira dos Compositores. É um prêmio que estendo aos cantadores, aboiadores, versejadores e violeiros do Brasil profundo, que constituem a matéria prima da minha música. O que faço muitas vezes é ligar essas referências na tomada, aquilo que Luiz Gonzaga definiu como uma banda de pífanos elétrica. Primeiro sou são bentense, depois pernambucano, brasileiro e cidadão do mundo. É este o reconhecimento que a UBC confere a mim e todo o manancial de identidade que minha obra traduz”, afirma Alceu Valença.
A União Brasileira de Compositores, maior sociedade de gestão coletiva de direitos autorais do país, criou o Prêmio UBC em 2017. Na estreia, o homenageado foi Gilberto Gil. Nos anos seguintes, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Herbert Vianna e Djavan receberam a honraria. Agora, o Prêmio do Compositor Brasileiro segue em boas mãos. Marcelo Castello Branco, CEO da UBC, enumera algumas das muitas características marcantes do artista. “Alceu é autor visionário, revolucionário nato, doce. Sua música tem a luminosidade de muitos Brasis , é itinerante na sua genialidade aparentemente simples mas generosa. Não à toa, continua cativando novas geraçōes e públicos. Estamos honrados de contar com Alceu no Prêmio UBC , em sua sexta edição“, afirma.
Paulo Sérgio Valle, diretor presidente da UBC, faz coro: “Alceu Valença é um dos artistas mais importantes da música brasileira. A União Brasileira de Compositores tem orgulho de conferir a este grande artista o seu anual ‘Prêmio UBC’ ”, complementa o autor de mais mil composições e centenas de hits como “Evidências”, “Samba de Verão”, “Essa tal liberdade” e “Se eu não te amasse tanto assim”.
Aos 76 anos, Alceu preserva na poesia de cada verso e na energia que entrega em cada apresentação, o espírito do jovem criativo e inquieto que, aos 23 anos, desistiu da carreira de advogado e jornalista que trilhava no Recife, para dedicar-se integralmente à música, sua maior vocação. Após mudança para o Rio de Janeiro, em 1971, o artista gravou seu primeiro disco no ano seguinte, ‘Quadrafônico’, inaugurando a parceria com Geraldo Azevedo. Mas foi em 1980, com o lançamento do arrebatador ‘Coração Bobo’, que o Alceu ganhou as rádios de todo o Brasil, entrou para o panteão da MPB e de lá nunca mais saiu.
Desde então, além do estilo único de interpretar as próprias canções, o talento autoral de Alceu também ganhou as vozes de intérpretes como Elba Ramalho, Maria Bethânia, Luiz Gonzaga, Ney Matogrosso, Alaíde Costa, Lenine e Os Paralamas do Sucesso. Entre os grandes hits do compositor estão músicas que entraram no imaginário da cultura popular brasileira como “Anunciação”, “La Belle de Jour”, “Tropicana”, “Girassol”, “Coração Bobo” e “Táxi Lunar”.
Autor de 311 canções registradas na UBC, Alceu Valença fez do seu cancioneiro uma verdadeira enciclopédia de sonoridades, expressões artísticas e estéticas da música nordestina, especialmente a pernambucana. Sua obra não apenas reúne, mas apresentou a boa parte do Brasil, elementos do frevo, maracatu, baião, cocos e repentes. Aliando tradição e modernidade, Alceu construiu uma obra ao mesmo tempo simples e sofisticada, levando para o mundo a diversidade da cultura brasileira.
Com 54 álbuns lançados, sendo 31 de estúdio, 11 ao vivo e 12 coletâneas, Alceu tem o reconhecimento não apenas de milhares de fãs, mas também da indústria musical. O artista foi quatro vezes indicado ao Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras (2001, 2014, 2016 e 2022). Além de ter sido vencedor de diversos prêmios como o prestigiado Prêmio da Música Brasileira (2002 e 2015). Artista multifacetado, Alceu desbravou ainda o universo do cinema, assinando direção, roteiro e trilha musical do longa “Luneta do Tempo”, uma história de cangaço com diálogos em ritmo de cordel, A produção levou os prêmios de Trilha Sonora e Direção de Arte no 42º Festival de Cinema de Gramado.