“Flor do Cerrado”, canção de Caetano, ganha nova versão de Pedro Miranda
Virgula
Depois de “Futuros Amantes”, de Chico Buarque, Pedro Miranda apresenta mais um clássico da MPB: “Flor do Cerrado”, de Caetano Veloso. Estas duas canções foram as primeiras que Pedro aprendeu a tocar no violão e têm em comum o fato de serem os primeiros grandes sucessos da MPB gravados por ele, em 25 anos de carreira. Pra completar, os versos “Todo mundo sabe e você sabe que a cidade vai sumir por debaixo do mar”, de “Flor do Cerrado”, parecem pertencer ao mesmo universo futurista dos escafandristas da cidade submersa de Chico, em “Futuros Amantes”.
O single antecede a chegada da primavera e traz uma mensagem de esperança, com a atmosfera musical das fanfarras de rua. “Voltei a tocar ‘Flor do Cerrado’ no final do ano passado, para homenagear a Gal Costa no Ensaio Aberto, no Parque da Cidade. Naquele momento, depois da morte da Gal, de tempos obscuros, dos ataques aos artistas e à cultura, a gente voltava a ter um governo de esquerda no país. ‘Flor do Cerrado’ traz em seus versos uma mensagem de esperança, de reconstrução, de retomada da vida com amor”, pontua Pedro Miranda.
Com produção musical de Luís Filipe de Lima, a gravação de “Flor do Cerrado” remete ao início da trajetória de Pedro, com a fundação do Cordão do Boitatá e a retomada do Carnaval de rua no Rio, na década de 1990. O arranjo de sopros, escrito pelo maestro Eduardo Neves (responsável por arranjos antológicos na trajetória de Pedro Miranda), traz uma grande orquestra de tuba, trombone, clarone, trompete, flugel, flautas, clarinete e saxofones. As percussões foram gravadas pelo próprio Pedro Miranda e por Marcos Suzano: a Pedro coube as percussões de base (surdos, caixas e ganzá) e a Suzano aquele pandeiro único, que dá molho especial à versão.
A foto da capa é de Jean Marconi, ativista do Cerrado: “Encontrei essa foto pela internet, quando procurava uma imagem para ilustrar o projeto. É de uma caliandra, flor do cerrado da família das fabáceas, nativa do Brasil. Descobrimos o nome e o contato do fotógrafo e ele ficou muito feliz por usarmos a foto na capa do single. Achei muito legal ser o registro de um ativista do Cerrado, que está lá batalhando pela preservação do meio ambiente e pela cultura local. Traz ainda mais significado e valor pra essa gravação”, finaliza Miranda.