53 anos depois, homem que matou Robert F. Kennedy pode pegar liberdade condicional
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Há mais de 50 anos, Sirhan Sirhan cometia um dos mais históricos assassinatos políticos da história norte-americana: a morte de Robert F. Kennedy. Agora, ele está sendo recomendado para a liberdade condicional na Califórnia, segundo o jornal Los Angeles Times.
Sirhan tinha 24 anos no dia em que atirou e matou o senador Kennedy em um hotel da cidade de Los Angeles em 1968. A sua libertação foi considerada por um painel de liberdade condicional composto por duas pessoas na sexta-feira, 27.
A decisão do primeiro passo para torná-lo um homem livre aconteceu depois que os dois filhos de Kennedy expressaram apoio à libertação.
Sirhan, um imigrante palestino que escreveu um manifesto pedindo a morte de Kennedy, disse que estava bêbado e não se lembra de ter disparado a arma.
Kennedy foi considerado um dos principais candidatos à presidência e tinha acabado de ganhar as primárias em Dakota do Sul e na Califórnia na época de sua morte. Ele foi assassinado quase cinco anos depois que seu irmão, o presidente John F. Kennedy, baleado e morto em Dallas.
Da pena de morte a perpétua
Sirhan, agora com 77 anos, admitiu o assassinato em 1969 e está na prisão há 53 anos. Ele, originalmente, enfrentou a pena de morte, mas sua sentença foi alterada para a prisão perpétua depois que o estado proibiu a pena de morte por um breve período na década de 1970.
Porém, a decisão não é final. A equipe da condicional ainda tem 90 dias para analisar o assunto. Depois disso, o governador Gavin Newsom, ou seu substituinte após a eleição, ainda pode decidir engavetar a libertação de Sirhan.
Dois dos filhos de Kennedy enviaram cartas em nome de Sirhan. Robert F. Kennedy Jr., que anteriormente expressou dúvidas sobre a culpa de Sirhan e ecoou as afirmações de outros de que um segundo atirador realmente matou o senador, disse acreditar que seu pai poderia ter misericórdia de Sirhan.
Família dividida
Em entrevista ao The Times, Kennedy Jr. disse que estava "muito feliz" por Sirhan ter sido recomendado para libertação e reiterou as preocupações de que o homem errado foi condenado.
O relatório de autópsia indicava que o senador havia levado um tiro pelas costas quando Sirhan estava parado na frente de Kennedy.
Paul Schrade, um ex-assessor de Kennedy e um dos vários feridos no tiroteio, também disse, na sexta-feira, que acreditava que Sirhan era inocente. Douglas Kennedy também disse que, embora vivesse com medo de Sirhan por anos, ele agora o via como "digno de compaixão e amor".
Outros membros da família, no entanto, não apoiaram a recomendação da liberdade condicional. Em um comunicado conjunto na sexta-feira, seis dos filhos sobreviventes de Kennedy - Joseph P. Kennedy II, Courtney Kennedy, Kerry Kennedy, Christopher G. Kennedy, Maxwell T. Kennedy e Rory Kennedy - disseram que ficaram arrasados porque o homem que assassinou seu pai recebeu a recomendação.