'A destruição dos judeus europeus': conheça o clássico de Raul Hilberg
Aventuras Na História
Considerado por muitos pesquisadores a pedra fundamental dos estudos sobre o
Holocausto, o clássico A Destruição dos Judeus Europeus, de Raul Hilberg, foi publicado
originalmente numa modesta brochura em 1960, após enfrentar resistência de acadêmicos da comunidade judaica. O livro ganhou notoriedade e numerosas atualizações com o passar dos anos.
A edição da Editora Amarilys possui mais de 1600 páginas, divididas em dois volumes reunidos numa caixa, e incorpora todos os acréscimos que Hilberg fez em vida, inclusive os que escreveu especialmente para as edições francesa e espanhola da obra.
O trabalho de uma vida destrincha em minúcias tudo sobre a Solução Final, detalhando sua logística complexa e as particularidades de sua implementação em cada país em que foi adotada.
Hannah Arendt, que teria escrito um parecer contrário à sua publicação, viria a reconhecer a centralidade do trabalho de Hilberg para qualquer um que se debruçasse sobre o assunto, citando-o mais de uma vez em Eichmann em Jerusalém.
O cineasta francês Claude Lanzmann imortalizou a figura de Hilberg, o único historiador a aparecer em Shoah, o mítico documentário com mais de nove horas de duração que retrata as experiências de vítimas e perpetradores do genocídio nazista.
Um verdadeiro farol, um quebra-mar, um navio de História ancorado a seu tempo e a um aspecto além do tempo, imortal, inesquecível, e ao qual nada na produção histórica comum pode ser comparado”, disse Lanzmann.
Confira um trecho da obra disponível na Amazon:
Hoje em dia, o assunto deste livro está coberto por tamanha quantidade de literatura que poderia ocupar uma biblioteca. O Holocausto é avidamente pesquisado na América e em outros continentes por homens e mulheres altamente competentes que fazem novas perguntas e exploram novas fontes disponíveis. Por que, então, deveria eu dar sequência a minha própria obra, que comecei mais de cinquenta anos atrás, depois da publicação de uma primeira edição em 1961 e de uma segunda em 1985? Afinal é preciso parar em algum ponto, se por nenhuma outra razão, ao menos pelo cansaço.