A saga de Judy, a cadelinha que foi feita de prisioneira na Segunda Guerra
Aventuras Na História
A Segunda Guerra Mundial é repleta de histórias emblemáticas e fatos curiosos, como é o caso da cadelinha Judy, uma pointer inglês que foi feita de prisioneira durante este período histórico.
Sua saga é contada na obra “História Bizarra da Segunda Guerra Mundial”, de Otavio Cohen. No Brasil, o livro foi publicado pela Editora Planeta.
O início da saga de Judy
A emocionante trajetória do animal começou em 1942, quando a cadela foi adotada pela tripulação de um navio britânico que, na ocasião, estava atracado em Xangai. Pouco tempo depois, Judy se tornou o xodó da Marinha Real Britânica, em missão ao Pacífico.
A vida do mascote mudou por completo, quando o Exército Japonês atacou o navio HMS Grasshopper, em Cingapura. Conforme o livro de Otavio Cohen, em torno de 50 tripulantes sobreviveram ao atentado, mas se perderam em uma ilha do Mar da China Meridional.
Pouco tempo depois, os homens foram localizados pelos japoneses, que os fizeram de prisioneiros em um campo na Indonésia. A cadelinha, por sua vez, foi levada junto com os sobreviventes da embarcação.
A vida no campo de prisioneiros
No campo de prisioneiros, o fêmea conheceu o aviador Frank Williams. Na época, o rapaz passou a alimentá-la e, em pouco tempo, ela se tornou querida entre os presos de guerra. Contudo, os guardas não tinham o mesmo apreço e carinho pelo animal.
O aviador temia que ela fosse fuzilada ou sofresse maus-tratos. Pensando nisso, ele pediu ao comandante encarregado do campo que a tornasse uma prisioneira. Desta forma, ela poderia receber a mesma proteção que os demais internos.
Para isso, Williams esperou o oficial japonês beber saquê e quando percebeu que o homem já estava sob efeito de álcool, sugeriu o plano para ele. Para a surpresa de todos, a ideia deu certo e a cadelinha tornou-se a prisioneira de guerra número POW 81A.
Tempos depois, os prisioneiros foram transferidos para outro campo. No entanto, durante a travessia, a embarcação foi atacada e com medo que ela pudesse ser atingida por alguma bala perdida, o dono a arremessou no mar.
Final feliz
Embora difícil, mas não impossível, Judy conseguiu sobreviver e reencontrar o aviador. Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, ambos foram libertados. Todavia, a embarcação que os levaria para casa não permitia animais a bordo.
Frank Williams, por sua vez, não abandonou sua amiga de quatro patas. Com ajuda de outros amigos, ele distraiu os guardas e conseguiu colocá-la dentro do navio, com destino a Inglaterra.
Ao chegar em solo britânico, ambos foram bem recebidos e a cadelinha foi condecorada com uma medalha especial para animais que serviram na Segunda Guerra Mundial. A dupla permaneceu junta até 1950.