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A saga de Kasparov, o campeão enxadrista que perdeu um duelo para um computador
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A saga de Kasparov, o campeão enxadrista que perdeu um duelo para um computador

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Aventuras Na História
09/06/2021 14h48
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No ano de 1997 o mundo observou boquiaberto o campeão russo de xadrez Gary Kasparov, até então considerado imbatível, perder um duelo para uma máquina: o supercomputador da IBM, Deep Blue.

A batalha, que se deu em Nova York, ficou então marcada na história como o dia em que o ser humano perdeu uma disputa lógica para a inteligência artificial. No entanto, a disputa não esteve livre de polêmicas.

A primeira competição

No ano anterior, 1996, o Deep Blue e o russo Kasparov se enfrentaram pela primeira vez, no estado da Filadélfia. A princípio, Gary se assustou com a habilidade do supercomputador, que foi capaz de vencê-lo em uma primeira rodada, mas depois conseguiu contornar a situação e se sair vencedor, com um saldo de três vitórias, uma derrota e dois empates.

Entretanto, segundo uma matéria da Veja, o imbatível humano não teve a mesma sorte no encontro seguinte, o que fez com que ele chegasse a desconfiar que a IBM estaria trapaceando.

O campeão de xadrez, Kasparov, em 1993 / Crédito: Getty Images

 

Dois gigantes se enfrentam

Era dia 11 de maio quando Kasparov e seu oponente realizaram o segundo duelo. Na ocasião, o Deep Blue já havia sofrido uma reprogramação, processo que foi acompanhado por um grupo de especialistas em xadrez. Ele estava, portanto, pronto para vencer o maior campeão na modalidade.

O primeiro match, vencido por Gary, pode até ter levado muitos a crerem que a vitória humana já estava decretada. No entanto, quando a partida já se aproximava do final, algo deixou Kasparov transtornado.

O que aconteceu foi que a máquina realizou uma jogada inesperada que, mais tarde, um pesquisador afirmou ter sido ocasionada por um bug.

O campeão russo no ano de 2017 / Crédito: Getty Images

 

De acordo com ele, como Deep Blue era incapaz de decidir entre tantas possibilidades processadas, teria começado a realizar movimentos imprevisíveis. Foi isso que fez com que o russo começasse a suspeitar de uma trapaça. Ainda assim, o enxadrista conseguiu vencer o primeiro jogo.

A segunda partida, contudo, foi extremamente disputada, e terminou com o russo abandonando a intensa disputa. No dia seguinte, ele chegou a declarar: ‘O que aconteceu ontem me trouxe à lembrança o gol de mão de Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986. Maradona disse que o gol fora feito pela mão de Deus’.

Mas, aconselhado por sua equipe, Kasparov voltou para uma terceira partida, que terminou em empate. Os dois jogos seguintes também tiveram o mesmo resultado, o que poderia indicar que a competição havia se tornado mais equilibrada.

Kasparov enfrentando o Deep Junior no ano de 2003 / Crédito: Getty Images

 

Porém Gary continuou a apontar, cada vez mais convencido de sua fala, que mestres do xadrez estariam auxiliando o supercomputador em suas jogadas.

Tudo se tornava ainda mais suspeito para ele pelo fato de a máquina estar em uma sala sob segurança extremamente rigorosa.

O último jogo

Quando chegou à sexta e última partida, Gary permitiu que a máquina da IBM avançasse com um de seus cavalos para que, então, pudesse pegar a peça.

No entanto, rapidamente o jogo virou e Deep Blue acabou obrigando o enxadrista a desistir no 19º lance. Foi assim que a inteligência artificial venceu o campeão naquele dia histórico. Kasparov até chegou a pedir revanche, mas nunca a obteve.

Apesar de ter perdido para uma máquina, até os dias de hoje, o russo é considerado por muitos como o melhor jogador de xadrez de todos os tempos.


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