Buscas incessantes e silêncio absoluto: A caçada por Bin Laden
Aventuras Na História
O fundador e líder da organização terrorista Al-Qaeda se tornou rapidamente a figura mais procurada do planeta. Ninguém fazia ideia de onde ele tinha se escondido após os ataques de 11 de setembro. Mistério absoluto. Buscas intensas persistiram por anos.
A administração Bush não deixaria barato, até porque, vez por outra, Bin Laden divulgava mensagens por áudio ou vídeo exortando seus apoiadores a empreender a jihad contra as potências ocidentais.
Mesmo confinado sabe-se lá onde, ele continuava sendo um excelente recrutador de sua organização terrorista, radicalizando jovens descontentes em todo o mundo. O tempo passou e Barack Obama assumiu não só a presidência dos Estados Unidos como também o desafio de encontrar o terrorista número um do globo.
“Quero que a caçada a Bin Laden seja minha maior prioridade”, ele anunciou para sua equipe no Salão Oval da Casa Branca em maio de 2009. “Eu tinha motivos óbvios para me concentrar em Bin Laden. Sua liberdade era uma fonte de sofrimento para as famílias dos mortos nos ataques do Onze de Setembro e uma afronta ao poderio dos Estados Unidos”, admitiu no livro 'Uma Terra Prometida'.
Um dia antes do nono aniversário do atentado, finalmente, uma pista promissora direcionou a atenção da inteligência estadunidense para uma grande propriedade num bairro rico dos subúrbios da cidade paquistanesa de Abbottabad.
A vigilância ao local se intensificou nos meses seguintes revelando aos poucos que as investigações rumavam para a direção certa. Após meses de planejamento, bem como sucessivas estratégias de ataque e invasão à propriedade que abrigava o terrorista, além de anos de coleta de informações, Osama bin Laden foi morto por integrantes das Forças de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos em 2 de maio de 2011, quase dez anos depois do pior ataque terrorista da história dos Estados Unidos.
Após passar por rituais tradicionais islâmicos, seu corpo teria sido sepultado no mar, conforme o comunicado oficial da Casa Branca. “Por uma década, Bin Laden foi o ícone que representava o ataque de 11 de setembro", analisa Vinícius Liebel, professor de História Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"Sua morte teve um efeito na força da ideologia que ele representava. Bin Laden produzia vídeos, na época, para atestar que continuava vivo, e cada vez que um vídeo desses era divulgado era uma forma de ele dizer para o mundo que sua luta podia continuar e até ser vencida, sua sobrevivência era um atestado disso. Essa mensagem sofreu, claro, um abalo considerável com sua morte”, finaliza Liebel.