Como Charles foi questionando sobre o bilhete insólito de Diana escrito antes de sua morte
Aventuras Na História
Quando a notícia de que a princesa Diana havia morrido naquele terrível acidente de carro em Paris, em agosto de 1997, o mundo se dividiu entre luto e revolta. Ainda que já estivesse longe da família real britânica, Lady Di era amada por todo o povo do Reino Unido, não havia dúvidas de que ela era o membro mais popular da realeza.
Ao saber que sua vida fora tirada de maneira trágica e tão precocemente, muitos queriam justiça e um desfecho para o que parecia uma perseguição de paparazzis. Além da princesa, seu namorado Dodi Al-Fayed, seu guarda-costas Trevor Rees-Jones e o motorista, Henri Paul, estavam no veículo; apenas Rees-Jones sobreviveu.
Os momentos que seguiram a morte da princesa foram conturbados. Desde a exigência da população para que Diana recebesse um funeral real, até documentos desconhecidos que foram revisitados em meio a investigação policial.
Entre algumas evidências que tentavam chegar no culpado por trás da morte de Lady Di, um bilhete escrito por ela em 1995 chamou atenção da mídia. No pequeno texto, Diana se mostra preocupada com sua segurança e afirma suspeitar de seu ex-marido Charles.
“Estou sentada aqui em minha mesa hoje em outubro, desejando que alguém me abrace e me encoraje a me manter forte e manter minha cabeça erguida. Esta fase particular da minha vida é a mais perigosa — meu marido está planejando um acidente no meu carro. Falha no freio e sério ferimento na cabeça para deixar o caminho livre para ele se casar com Tiggy. Camilla nada mais é do que um engodo, por isso estamos sendo usados pelo homem em todos os sentidos da palavra”, registrou a Princesa do Povo.
A investigação e o príncipe Charles
Naquela época, os admiradores da princesa acreditavam que algum dos membros da corte de Elizabeth II estava por trás do acidente, querendo destruir a vida de Diana. Além dos simpatizantes da teoria da conspiração, o pai no namorado de Lady Di foi à imprensa fazer suas acusações.
Para Mohamed Al Fayed, o príncipe Philip era o principal responsável pela morte do filho, forjando a batida de carro. Enquanto o marido da rainha se recusou dar depoimento para as autoridades, a polícia foi por outro caminho e pediu para que Charles fosse intimado.
Lord Stevens, ex-chefe de polícia e líder da ‘Operação Paget’ revelou detalhes sobre a conversa com Charles, segundo o Daily Mail. O encontro aconteceu em segredo no Palácio de St. James em Londres, e reuniu apenas quatro pessoas: dois detetives, o príncipe e seu secretário particular.
O principal objetivo era questionar Charles sobre o bilhete deixado por Diana, e saber se ele sabia que ela estava preocupada com sua segurança e desconfiava que o ex-parceiro estava tramando algo.
Após ouvir Stevens ler o bilhete em voz alta, o príncipe declarou: “Eu não sabia nada sobre [o bilhete] até que ele ser publicado na mídia”, relembrou o oficial.
Ao insistir na pergunta, Charles se manteve na mesma linha de raciocínio. "Você não discutiu este bilhete com ela, senhor?”, falou Stevens. Ao que o primogênito de Elizabeth II respondeu: “Não, eu não sabia que existia”.
O ex-chefe de polícia também comentou sobre a demora para trazer Charles para um depoimento, visto que a entrevista de 1995 de Diana à BBC, deixou clara a rivalidade entre o ex-casal.
“Foi a sequência natural dos eventos. Sim, alegações foram feitas sobre o príncipe e outros membros da realeza, mas tivemos que encontrar ou examinar as evidências [existentes] antes de abordá-lo com perguntas formais. Não encontramos nenhuma outra evidência para apoiar o cenário sugerido na nota de Diana. Ficamos com o bilhete, o que por si só não era suficiente para tornar Charles um suspeito formal”, afirmou.
Atualmente, uma cópia do bilhete de Lady Di se encontra no departamento de arquivos nacional da Inglaterra na cidade de Kew. O objeto poderá ser consultado pelo público a partir de 2038.