Conheça a obra 'A Carga de Nikola Šubic Zrinski da Fortaleza de Szigetvár' em 5 curiosidades
Aventuras Na História
À primeira vista, o quadro de Johann Peter Krafft parece um exagero romântico. Um general cristão lidera uma carga de cavalaria através de uma ponte estreita, contra um enorme contingente de otomanos. A ideia não parece exatamente sábia. Mas foi exatamente assim que aconteceu e, previsivelmente, os cristãos perderam.
Acontece que a obra representa um episódio em que não havia o que fazer, exceto uma última carga suicida para salvar a própria honra, uma ofensa final contra um inimigo invencível. Superados em 100 por 1, os cristãos estavam condenados desde o começo.
O cerco à Fortaleza de Szigetvár foi o ato final do reino do sultão Solimão (ou Suleiman), o Magnífico, no trono havia 46 anos. Ele ganhou esse epíteto por suas inúmeras campanhas, que tornaram o Império Otomano uma ameaça a toda a Europa Central.
Szigetvár ficava no caminho de Viena, capital do Império Habsburgo e o objetivo final da campanha otomana. Se Viena caísse, metade da Europa estaria sob o domínio da superpotência islâmica. A vitória otomana, em 8 de setembro de 1566, foi pírrica.
Eles pagariam um enorme custo em vidas, inclusive a de seu sultão, que já chegou ao campo muito doente. Seu sucessor acabaria por assinar um cessar-fogo. Viena só seria atacada mais de 100 anos depois, em 1683. E os otomanos perderiam.
1. Cerco difícil
As fortificações em Szigetvár consistiam em um labirinto de fossos e pontes, para dificultar ao máximo a aproximação ao castelo central. Os turcos levaram um mês e um dia para cruzar tudo, a um altíssimo custo. Para cada cristão morto, entre 50 e 100 otomanos tiveram que pagar com sua vida.
2. O herói
O nobre croata Nikola Šubic Zrinski era o ban, representante do Império Habsburgo na Croácia. General experiente, conseguira várias vitórias contra os otomanos na década anterior. O ataque o pegou de surpresa. Suas últimas palavras foram: “Eu vou primeiro, e o que fizer, vocês fazem. Deus é minha testemunha — nunca abandonarei vocês, meus irmãos cavaleiros!"
3. A armadilha
Antes de sair do castelo, Zrinski deixou preparada uma surpresa para os otomanos. Escondida no paio havia 1,5 tonelada de pólvora, ligada a um pavio longo que já estava aceso. Após eliminar a resistência, o Exército islâmico entrou alegremente no castelo, procurando por tesouros para saquear. A explosão matou 3 mil deles.
4. Os aliados
Dos cerca de 3 mil soldados, húngaros e croatas, que havia no início da campanha, apenas 600 sobreviveram para a carga final. A cavalaria leve húngara, formada pelos hussardos, era extremamente eficiente na era das armas de fogo, quando os cavaleiros em armaduras pesadas haviam ficado para trás.
5. O agressor
Solimão conhecia a fama de Zrinski em derrotar seus exércitos. Então não brincou em serviço: entre 150 mil e 300 mil soldados foram empregados no cerco. Os turcos contavam também com artilharia pesada. No dia da carga final, todos os muros fora do castelo estavam em escombros, demolidos por explosões.