Conheça alguns dos objetos que serão expostos no Museu do Ipiranga em 2022
Aventuras Na História
Com mais de 125 anos de história, o Museu do Ipiranga foi uma das instituições históricas mais visitadas da cidade de São Paulo até apresentar problemas estruturais. Antes disso, o museu recebia centenas de milhares de pessoas em suas instalações, que buscavam apreciar o seu enorme acervo, com mais de 125 mil artefatos.
Em 2013, todavia, a sede do museu paulista da Universidade de São Paulo (USP) foi fechada para restauração e, segundo as previsões de reabertura, a instituição deve voltar a funcionar em setembro de 2022. Para o retorno, o museu irá contar com objetos ainda mais curiosos, que retratam centenas de anos da história do Brasil.
Confira, a seguir, alguns dos artefatos que o público encontrará a partir do ano que vem:
1. Astrolábio
O computador compacto mais antigo do mundo. É assim que o historiador José Rogério Beier define este instrumento de medição tão utilizado nas navegações. Pertencente ao século 19, este exemplar de bronze reunia funções diversas, como precisar a localização geográfica a partir das estrelas, definir a hora e os intervalos de tempo, além de medir tanto alturas quanto profundidades.
“Astrolábio vem do latim, mas, antes disso, do grego, pela composição de duas outras palavras: astron, que significa estrela, e lambánein, cuja tradução é captar”, diz ele, no primeiro episódio da série audiovisual Encontro com Acervos, realizada pelo museu.
2. Moldura
Um retrato fotográfico em tamanho natural de Santos Dumont (confira mais abaixo) recebeu, em 1904, uma moldura de madeira produzida pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo para a Exposição Universal, em St. Louis, nos EUA.
“Cheia de simbolismos, a peça faz um elogio aos feitos do aviador, como a volta com o dirigível número 6 em torno da Torre Eiffel, que está ali representada, assim como o Brasão da República, que marca um momento histórico e afirmação do país”, explica o historiador Rogério Ricciluca Matiello Félix. A moldura também retrata o início da industrialização através de um material híbrido, "com trabalho industrial e artesanal”.
3. Chocadeira
Movida a querosene, a chocadeira doméstica de 1923 revela informações sobre aspectos da vida em São Paulo na época. “Também haviam exemplares movidos a eletricidade, denunciando que a cidade passava pelo processo de transição da eletricidade pública para as residências”, afirma a historiadora Maria Eugênia Ferreira Gomes.
Dentro do objeto, duas gavetas acondicionavam até 120 ovos para chocar. Ao lado, o mecanismo de aquecimento artificial enviava calor para o interior da máquina, acelerando o processo de nascimento dos pintinhos, que se sentiam desconfortáveis com a alta temperatura e quebravam a casca.
4. Louça
No início do século 20, peças em faiança e porcelana chegavam ao Brasil especialmente da Inglaterra, pois ainda não havia fábricas por aqui. “A primeira surgiu com um imigrante italiano, que percebeu o potencial desta indústria e trouxe não apenas os maquinários da Europa mas também técnicos especializados”, conta o historiador José Hermes Martins Pereira. Na série Encontros com Acervos, ele destaca desde coleções mais pomposas, com dourados e brasões de família — um claro sinal de prestígio —, até as de uso cotidiano, decoração ou celebração, como mostram as xícaras feitas para o Quarto Centenário de São Paulo.
Confira mais imagens dos artefatos expostos na mostra: