De parceria a guarda dos filhos: A intensa amizade de Michael Jackson e Diana Ross
Aventuras Na História
Se por um lado Michael Jackson conseguiu influenciar gerações de dançarinos e músicos com seus passos meticulosos e impressionante extensão vocal, o Rei do Pop nasceu e cresceu em uma época rica para inspirações; em meio a ascensão norte-americana do rock, viu Elvis Presley e Chuck Berry no auge de suas carreiras, disseminando canções dançantes nos quatro cantos dos EUA.
Contudo, foi no movimento negro que Jackson encontrou sua vocação; inspirado pela cultura gospel desenvolvida durante a infância e com passos dançantes da discoteca, formou o grupo Jackson 5 com apenas 5 anos de idade, tornando-se um sucesso comercial junto aos irmãos pela lendária gravadora de black music Motown Records.
Por lá conheceu outra estrela do selo, já consolidada em carreira solo; Diana Ross já havia emplacado hits internacionais antes de Michael se tornar um símbolo, servindo inicialmente como uma inspiração do colega de empresa — mas, gradativamente, se tornando uma amizade intensa, que prosseguiria ao longo de sua carreira até os últimos dias de vida do cantor.
De ídolo para amigo
Como amigos, Michael participou dos especiais de TV apresentados por Diana, tanto com os irmãos como sozinho, além de visitá-la em shows. Porém, a parceria mais notável da dupla foi em 'We Are The World', eleita "Canção do Ano" pelo Grammy em 1986.
Na ocasião, organizada por Jackson junto a Lionel Ritchie, a cantora contribuiu no refrão da gravação e nas três únicas apresentações da canção — no Live Aid, no American Music Awards daquele ano e na posse do presidente dos EUA, Bill Clinton, em 1992.
Na intimidade, a dupla era ainda mais unida, como relatou o biógrafo J. Randy Taraborrelli, que escreveu livros sobre ambas as personalidades. Na obra ‘Call her Miss Ross’, de 1989, Diana explicou que o primeiro encontro foi marcado pela diferença de idade e admiração: "Eu era mais velha. Ele me idolatrava e queria cantar como eu.".
Com as próprias palavras, Michael classificou a importância da amiga na autobiografia ‘Moonwalk’, de 1988, descrevendo-a como "minha mãe, minha amante e minha irmã, tudo em um”.
Juntos até o final
Segundo a Rolling Stone Brasil, a parceria dos amigos continuou até os momentos finais do cantor, que faleceu em 25 de junho de 2009. A morte, no entanto, revelou um curioso fato sobre a tutela de seus filhos.
Confiando na amiga pessoal, seu testamento — redigido pelo astro junto aos advogados em 2002 — apontava Diana Ross como guardiã de seus filhos caso ele e a avó das crianças, Katherine Jackson, falecessem.
Apesar da nomeação, a cantora não teve a necessidade de exercer a função, visto que Michael faleceu antes de Katherine, que pôde ser responsável pela tutela de seus três filhos até a conclusão da maioridade.
Mesmo assim, Diana ainda relembra a intensa amizade em entrevistas, defendendo o companheiro inclusive nas novas acusações de abuso infantil do astro.
Em 2019, quando o documentário "Leaving Neverland" reascendeu o debate, Ross foi ao Twitter argumentar que o amigo era inocente: "É isto que passa no meu coração nesta manhã. Eu acredito e confio que o Michael Jackson foi e é uma força incrível e magnífica para mim e para muitos outros. Parem, em nome do amor", escreveu.
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