Denúncias e relatórios: A saga do polonês Witold Pilecki em Auschwitz
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Herdeiro de uma família aristocrática, o jovem polonês Witold Pilecki , nascido em Varsóvia, lutou por um Estado polonês e tornou-se soldado. Com o advento da Segunda Guerra Mundial, foi capitão da cavalaria da Segunda República Polonesa.
O problema veio quando Varsóvia caiu e perdeu seu controle para os alemães. Na época, o jovem soldado Pilecki entrou para a vida da clandestinidade e fundou seu próprio movimento de resistência, o chamado Armia Krajowa (ou Exército da Pátria).
Em setembro de 1940, o polonês colocou em prática um plano aarriscado. De um dia para o outro, deixou-se capturar em uma batida policial em Varsóvia e foi enviado, junto a centenas de presos, ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.
A missão de Pilecki tinha como objetivo informar os Aliados a respeito dos horrores praticados pelos nazistas em seus campos de concentração — até então, pouco se sabia sobre esses lugares. O polonês também organizou cerca de mil prisioneiros em grupos de resistência contra as forças nazistas.
Por meio de mensageiros, conseguiu enviar relatórios para a Polônia e a Inglaterra. No entanto, as descrições pareciam exageradas, e os Aliados não as levaram a sério. Durante três anos, o polonês sobreviveu à fome, doenças e brutalidade do campo, enquanto via seu grupo de resistência diminuir a cada dia.
Em 23 de abril de 1943, Pilecki e dois companheiros de cativeiro conseguiram escapar de Auschwitz. Foi assim que sua organização forneceu dados precisos sobre as trocas de guarda e postos de controle. Com documentos falsos, ele se escondeu na Cracóvia.
Em 1944, participou da Revolta de Varsóvia e foi capturado pelo regime, acusado de traição e espionagem. Torturado, foi levado a tribunal e executado em 25 de maio de 1948, vítima de seus próprios compatriotas.
Apesar dos esforços de Pilecki, o Campo de Concetração de Auschwitz só foi libertado em janeiro de 1945, após a morte de mais de 1 milhão de prisioneiros.