Detido na fronteira: Quando material nazista resultou na prisão de David Bowie
Aventuras Na História
No auge de sua extravagância pública, David Bowie já nutria o hábito de encarnar personagens quiméricos nos palcos pelo mundo, sendo apelidado como "Camaleão do Rock"; no início da carreira, personificou o personagem andrógino 'Ziggy Stardust', uma figura glam que referenciava o espaço sideral.
Pouco depois, se torna 'Aladdin Sane' no álbum homônimo, eternizando a marca de um raio vermelho e azul no rosto. Porém, na busca pelo choque e renovação em sua obra, a segunda metade dos anos 1970 foi marcada por outro personagem do astro, como relata a Rolling Stone Brasil.
Promovido durante o álbum 'Station to Station', de 1976, o astro personificava 'The Thin White Duke' (‘O Duque Magro e Branco’, em tradução livre), figura descrita pela Polyphonic como o personagem mais obscuro do astro — não apenas por sua construção confrontadora, mas pela fase em que Bowie percorria em sua vida pessoal.
The Thin White Duke
Ao contrário das roupas coladas e com glitter, David agora vestia roupas formais, com camisas e calças de alfaiataria na risca para personificar um homem de extrema-direita, restringindo as vestimentas apenas nas cores brancas e pretas. Porém, ao contrário dos personagens intergalácticos e claramente ficcionais anteriormente usados pelo artista, esse deixou um rastro curioso.
Chegando a chamar Adolf Hitler de estrela do rock em entrevista à revista Playboy na época, e demonstrando arrependimento em seguida, o astro passou a ser confundido com a figura conservadora, tendo seu auge na noite de 27 de abril de 1976, ao tentar atravessar a fronteira da Rússia e a Polônia com livros e itens de referência ao nazismo em sua bagagem.
Na ocasião, o músico teve de sair do personagem e argumentar com os agentes policiais, argumentando que usaria o material como referência para a produção de um filme dobre Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda nazista e companheiro pessoal de Hitler. Mesmo assim, a tentativa não colou, com o cantor sendo conduzido a prisão.
Período difícil
Apesar de reverberar negativamente a imagem do astro internacional, a duração do personagem foi uma das mais longas, sendo encerrado no início dos anos 1980 e chegando a ser eternizado no filme 'Eu, Christiane F. - 13 Anos, Drogada e Prostituída', onde o "The Thin White Duke" faz uma breve aparição.
Mesmo assim, Bowie atribuiu o período — regado ao uso intenso de drogas — ao desconhecimento do significado real do nazismo, sendo bestificado com as falácias de Goebbels na publicidade política, como revelou em 1993 ao NME.
“Meu interesse pelos nazistas era o fato deles supostamente terem vindo para a Inglaterra para encontrar o Santo Graal antes da Guerra. A ideia de colocar judeus em campos de concentração e a opressão de diferentes raças escapou da minha natureza ferrada naquele momento”.
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