Dividindo o 'Novo Mundo': os 527 anos do Tratado de Tordesilhas
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No ano de 1492, Cristóvão Colombo se deparou, por acaso, com o Novo Mundo, que viria a ser chamado de América. Esse importante fato histórico acabou por desencadear uma enorme disputa entre Castela e Portugal, que anseavam obter o controle dos territórios encontrados.
Era preciso um acordo para que a paz entre os dois Estados fosse estabelecida. Assim, tempos depois, em março de 1494, representantes de João II de Portugal e de Isabel de Castela e Fernando de Aragão se reuniram pela primeira vez em Tordesilhas, para que pudessem realizar um tratado.
Como Colombo nem ao menos sabia ao certo onde ficavam as terras que encontrara, ele acreditava que o conflito poderia ser resolvido da seguinte maneira: deveria ser traçada uma linha dividindo os novos territórios de norte a sul, a "linha de Colombo". Conforme uma matéria da BBC, tudo indica que ela passava por Cabo Verde e pelos Açores.
O papa intervém
Fernando e Isabel levaram a proposta do descobridor ao papa Alexandre VI, solicitando que o pontífice mediasse o conflito.
Como o religioso era de origem espanhola e devia favores aos reis católicos, logo aceitou a ideia. No entanto, deslocou a linha divisória 100 léguas a oeste dos Açores e Cabo Verde, uma vez que a proposta inicial favorecia Castela de maneira excessiva.
Contudo, durante o processo, os representantes do rei de Portugal pediram que houvesse um deslocamento da linha divisória para 370 léguas a oeste de Cabo Verde.
O argumento era o de que seria necessário retornar do porto de São Jorge de Mina, na costa do Golfo da Guiné, sem ter que invadir o território castelhano.
Os dois lados entram em concordância
Como Isabel e Fernando acreditavam estar cedendo apenas mar a Portugal, aceitaram o pedido. Foi assim que, no dia 7 de junho de 1494, foi traçada a "linha do Tratado de Tordesilhas". Tudo localizado a leste do meridiano acordado em Tordesilhas seria para Portugal, enquanto o que estava a oeste foi atribuído a Castela.
Porem os castelhanos estavam equivocados. Eles não imaginavam que, dentro da área de domínio português havia um imenso território, o Brasil.
O documento original, escrito em castelhano e assinado por Fernando e Isabel, encontra-se hoje em Lisboa, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Já a versão em Português, assinada por João II, encontra-se no Arquivo Geral das Índias, em Sevilha.
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