Estudante britânico que estava no Afeganistão quando Talibã tomou o poder consegue sair do país
Aventuras Na História
O estudante britânico Miles Routledge estava fazendo uma viagem de férias em Cabul, capital do Afeganistão, quando o Talibã, grupo radical fundamentalista, assumiu o controle do governo do país.
Desde então, o estudante de física de 21 anos de idade tem atraído a atenção dos internautas com suas postagens nas redes sociais, que catalogam sua trajetória de volta para a segurança, que foi alcançada nesta terça-feira, 17.
Miles buscou abrigo em um prédio controlado pela OTAN, conforme contou à AP, e apenas conseguiu sair do país por ter reservado lugar numa lista de evacuação que estava sendo realizada pelo exército britânico.
Em entrevista à BBC, Routledge contou que estava “exausto, mas aliviado”. O rapaz, embora já tenha mencionado online que gosta de visitar pontos turísticos “sombrios” e “extremos”, acabou conseguindo uma dose maior de perigo do que pretendia.
Apesar de tudo, o estudante também afirmou em suas redes sociais que não se arrependia de ter feito a viagem para a capital afegã.
Sobre o domínio
Durante 1996 e 2001, o Talibã governou o Afeganistão, antes de ser derrubado por uma campanha liderada pelos EUA após os ataques no 11 de setembro.
Durante este período, jovens foram proibidas de frequentar as escolas e as mulheres proibidas de andar em público sozinhas, apenas acompanhadas de homens e cobrindo o corpo inteiro. Além disso, não podiam trabalhar, estudar ou serem tratadas por médicos do sexo oposto. Aquelas que se recusavam a seguir as ordens eram castigadas e executadas.
No domingo, a ativista paquistanesa e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, também compartilhou suas preocupações no Twitter.
"Nós assistimos em completo choque o Talibã assumindo o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. Os poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis", disse a jovem ativista.
Em 2012, Malala se tornou um símbolo em defesa dos direitos humanos depois que sobreviveu a um tiro na cabeça disparado por um atirador do Talibã no Paquistão.