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Experimentos letais: saiba como os EUA injetou plutônio em pessoas durante a Guerra Fria
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Experimentos letais: saiba como os EUA injetou plutônio em pessoas durante a Guerra Fria

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Aventuras Na História
19/06/2021 10h34
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Após o fim da Segunda Guerra Mundial o mundo enfrentou uma nova ameaça: a Guerra Fria. De um lado os Estados Unidos. Do outro a antiga União Soviética. Dois pólos divergentes que visavam o controle e soberania da economia mundial. 

A partir disso, uma corrida contra o tempo foi traçada. Pesquisas espaciais, nucleares, entre outras, foram algumas das características eminentes no conflito traçado entre os capitalistas e os comunistas. 

Diante do desenvolvimento de armas nucleares, a maior preocupação de ambas potências era o fato de se seria possível os seres humanos sobreviverem aos ataques radioativos. Embora as preocupações e especulações, a guerra nuclear entre ambos territórios nunca ocorreu de fato. 

Contudo, como relembra a Superinteressante, o governo estadunidense decidiu fazer experimentos em seres humanos, injetando plutônio em seus organismos, a fim de, investigar as reações do corpo após ser exposto a radioatividade. 

O acidente que virou experimento 

Essa história pouco conhecida se iniciou por volta de agosto de 1944, no Laboratório Nacional de Los Alamos — principal instalação do Projeto Manhattan. De forma acidental, o químico Don Mastick foi exposto a 10 miligramas de plutônio. 

Na ocasião, um tubo contendo a matéria radioativa explodiu sem querer no cientista. A partir disso, ele foi exposto ao plutônio, o levando a uma lavagem estomacal. Embora ele nunca tenha sofrido nenhuma reação grave, três décadas depois do acidente ainda era possível detectar o componente químico em sua urina. 

A partir deste fato, os médicos de Los Alamos sugeriram ao diretor do Projeto Manhattan, Robert Oppenheimer, que eles injetassem pequenas doses de plutônio nos corpos de outros seres humanos, para investigar a reação dos diferentes organismos após terem contato com a radioatividade. 

A saga das cobaias 

De acordo com a Superinteressante, a primeira cobaia foi um trabalhador negro do Tennessee, chamado Ebb Cade, que recebeu 4,7 microgramas do material químico. Mais tarde, outras três pessoas, que já estavam doentes, foram feitas de cobaias — sem saber.

Para o espanto dos cientistas, nenhum dos pacientes apresentaram sintomas adversos. Já em maio de 1945, o médico Joseph Gilbert Hamilton — também integrante do Projeto Manhattan — decidiu repetir o experimento no Centro Médico da Universidade da Califórnia. 

Albert Stevens foi o paciente escolhido. Na época, o homem tinha apenas uma úlcera, mas foi diagnosticado erroneamente com câncer de estômago. Ele recebeu 131 quilobecquerel (kbq) de plutônio em seu organismo, ou seja, 60 vezes mais do que é permitido. Stevens, por sua vez, veio a óbito em 1966. 

Em abril de 1946, um menino de apenas 4 anos, chamado Simeon Shaw, também foi alvo dos testes. Na época, a criança sofria de sarcoma osteogênico, ou seja, um tumor maligno nos ossos. No entanto, o experimento deu errado e o garoto veio a óbito em janeiro de 1947. 

Descobertas recentes

Nos anos seguintes, diversas outras pessoas foram feitas de cobaias pelos cientistas, sob o pretexto de que o acúmulo de urânio no cérebro pudesse ajudar no tratamento de pacientes oncológicos. 

Esses e outros testes foram acobertados pelo governo estadunidense até 1993. No entanto, após o ex-presidente Bill Clinton decretar mudanças políticas, arquivos dos experimentos vieram à tona.

Segundo os documentos, na década de 1950, outros testes foram feitos, como com urânio. Sabe-se que eles foram coordenados pelo médico William Sweet, que em uma entrevista realizada em 1995, teria dito que os ‘tratamentos’ tinham sido concedidos pelos pacientes e familiares.

No entanto, vale ressaltar que, atualmente, acredita-se que nenhum deles soubessem os efeitos colaterais por trás dos insólitos experimentos.


Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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