Fragmento perdido do 'Livro dos Mortos' egípcio é encontrado e restaurado nos EUA
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Pesquisadores do Museu Teece de Antiguidades Clássicas, em Christchurch, Nova Zelândia, encontraram um antigo fragmento que de uma faixa funerária de uma múmia e decidiram digitalizar em um banco de dados da Coleção James Logie. Do outro lado do mundo, egiptólogos dos Estados Unidos perceberam que a descoberta era muito valiosa.
Os estudiosos do Getty Research Institute, ao analisar o artefato de 2.300 anos, notaram que aquela era uma peça que complementava um pedaço do Livro dos Mortos do Egito Antigo, que há muito tempo havia sido encontrado, mas era impossível decifrá-lo por estar incompleto.
Ao perceber que os fragmentos podiam se complementar, os pesquisadores juntaram os dois pedaços e começaram um trabalho detalhista para traduzir os hieroglifos. "Há uma pequena lacuna entre os dois fragmentos; no entanto, a cena faz sentido, o encantamento faz sentido e o texto acertou na mosca", explicou Alison Griffith, da Universidade de Canterbury, em entrevista à Live Science.
“Inicialmente, os egípcios escreviam diretamente nas paredes do túmulo, no entanto, em períodos posteriores, escreviam em papiro e no linho usado para envolver os corpos mumificados”, acrescentou a professora e especialista em arte egípcia. O livro era uma foram de guia para mostrar o caminho que os mortos deveriam seguir no 'além'.
No entanto, apesar de oferecer uma nova compreensão sobre o Livro dos Mortos, para Foy Scalf, diretor dos arquivos do Instituto Oriental da Universidade de Chicago, nos EUA, ainda há muito mais a ser descoberto.
"Este fragmento de linho é apenas um pequeno pedaço de um conjunto de faixas de tecido que foram arrancadas dos restos de um homem chamado Petosiris”, disse o especialista. "É um destino infeliz para Petosiris, cujo enterro foi tão cuidadoso e caro. E, claro, isso levanta todo tipo de questões éticas sobre a origem dessas coleções e nossas práticas contínuas de colecionar".
Encontrar o restante dos fragmentos da obra egípcia, todavia, não será uma tarefa fácil, visto que os pedaços podem estar espalhados ao redor do mundo, tanto em coleções públicas quanto privadas.