Há 20 anos, Toninho, ex-prefeito de Campinas, era assassinado
Aventuras Na História
Era final de noite em 10 de setembro de 2001. Antônio da Costa Santos havia completado oito meses de mandato como prefeito da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, fazia dez dias. Ele deixou o prédio da Prefeitura e foi até um shopping, pouco antes das 22h.
O que ninguém esperava era receber a notícia de que o político do Partido dos Trabalhadores foi baleado por um disparo que o atingiu na artéria aorta. Alvejado por três disparos naquela noite, não era possível que Toninho, como era conhecido, sobrevivesse. E foi o que aconteceu.
Naquela noite de 10 de setembro, a cidade de Campinas — e, mais tarde, todo o Brasil — se chocou ao saber que seu prefeito havia sido assassinado. Uma pistola 9 milímetros foi a responsável pela morte de Antônio, eleito com 290.132 votos, como informou o G1 em reportagem especial.
Toninho estava saindo do shopping Iguatemi e indo em direção a sua casa, dirigindo seu carro, um Fiat Palio, e passando pela Avenida Mackenzie. Além da prefeitura, o arquiteto de 49 anos deixou a psicanalista Roseana Moraes Garcia, sua esposa, e a filha, Marina Santos, de apenas 14 anos na época do assassinato.
Como lembra o portal local ACidadeOn, a última ação do político como prefeito de Campinas foi o discurso no ato solene do Movimento Negro, realizado no Salão Vermelho da Prefeitura naquela noite de 10 de setembro.
A morte do ex-prefeito de Campinas completou 20 anos na última sexta-feira, 10, e ainda gera questionamentos. Afinal, ainda não existem conclusões sobre autoria e motivação do crime que resultou no assassinato de Toninho, em investigações que persistiram por duas décadas.
O crime histórico, como explica o G1, prescreve. Isso significa que, mesmo que a pessoa que executou o assassinato seja identificada com provas, ela não poderá ser punida pois existe um prazo legal estipulado para a execução da lei; o que acontece com o caso do político petista ao completar 20 anos sem solução.
A família de Toninho acredita que ele foi morto por motivação política, não apenas por sua atuação na prefeitura, mas ao longo de toda sua jornada política. Alguns exemplos são a colaboração com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico, ações populares contra grandes empreiteiras, sua luta pelo tombamento de prédios históricos contra a especulação imobiliária e denúncias contra supostas irregularidades no contrato do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
O Ministério Público afirmou que não descarta a tese para explicar o assassinato, mas aponta que ainda não foram encontradas evidências para sustentar a teoria de motivação política por trás da morte de Toninho.
Por outro lado, o MP ressalta que existem indícios de que o tiro que tirou a vida do ex-prefeito pode ter vindo do sequestrador Anderson José Bastos, conhecido como Ancio, que fazia parte da quadrilha do traficante Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que fugia pela Avenida Mackenzie naquela noite.
Segundo a Polícia Civil, o carro do arquiteto estaria atrapalhando a rota de fuga da quadrilha que tentava escapar das autoridades naquela noite, o que fez com que ele fosse alvejado. Andinho foi inclusive denunciado por homicídio qualificado e duas tentativas de latrocínio, mas, sem evidências suficientes, acabou liberado.
Ancio e outros criminosos foram mortos em 2003 por policiais civis de Caraguatatuba, no litoral norte paulista. As investigações foram retomadas, no entanto, não resultaram em nenhuma conclusão contundente.