Hostilidade contra hindus cresce no Paquistão após criança urinar em tapete muçulmano
Aventuras Na História
Na província de Punjab, localizada no Paquistão, um garoto hindu de 8 anos de idade foi enviado para a cadeia após urinar em um tapete sagrado que estava no chão de uma biblioteca muçulmana. O caso foi repercutido pelo UOL nesta segunda-feira, 9.
O crime cometido pelo menino foi de “blasfêmia”, ou seja, uma ofensa contra os deuses ou símbolos pertencentes a uma religião. Segundo determinado pelas leis do país, a infração é punido com a pena de morte.
Conforme divulgado pelo The Guardian, embora a justiça do Paquistão nunca tenha de fato sentenciado à execução aqueles acusados pelo crime, essas pessoas frequentemente acabam sendo assassinadas por grupos radicais islâmicos.
O garoto hindu foi pego em flagrante por policiais, e passou uma semana na prisão antes de ser liberado sob pagamento de uma fiança. Sua família também decidiu se esconder por medo de possíveis ataques:
"Deixamos nossas casas e trabalho, toda a comunidade está assustada e temos medo de reações. Não queremos voltar a esta área. Não vemos que nenhuma ação concreta e significativa será tomada contra os culpados ou para proteger as minorias que vivem aqui", relatou um dos familiares, que preferiu manter sua identidade anônima, em entrevista ao The Guardian.
A fonte ainda comentou que o menino acusado nem mesmo entendia o que havia feito de errado, e por qual motivo havia ficado encarcerado.
Vale comentar que o caso gerou manifestações por parte de muçulmanos, que são a maioria religiosa no país. Outra reação foi a vandalização de um templo hindu, o que também levou muitos praticantes do hinduísmo a abandonarem suas casas para se protegerem de represálias.
Veja abaixo um vídeo postado no Twitter que registrou um ataque a templo hindu:
“As leis de blasfêmia do Paquistão têm sido abusadas há muito tempo para atingir grupos minoritários, mas este caso marca um afastamento chocante e extremo. Além de garantir que essas acusações absurdas sejam retiradas, as autoridades do Paquistão devem fornecer imediatamente proteção adequada para o menino, sua família e a comunidade hindu em geral”, exigiu a Anistia Internacional através de um comunicado publicado em seu site oficial.