Imperador dos Trópicos: Livro retrata as ricas viagens de Dom Pedro II
Aventuras Na História
Notório amante das artes e do conhecimento, o imperador dom Pedro II também gostava de viajar. Durante seu reinado, fez diversas excursões oficiais pelas províncias e três grandes viagens ao exterior. Duas delas foram dedicadas ao Oriente Médio e África do Norte, onde visitou Síria, Líbano, Palestina, Sudão e Egito.
Em todas, o monarca aguçava a curiosidade da população local, ávida por conhecer o “imperador dos trópicos” que anotava tudo o que via, ouvia e sentia em cadernetas de bolso, transformadas em um diário. Essas cadernetas, muitas vezes escritas à luz de fogueiras e velas, serviram como base de informações para 'As Viagens de D. Pedro II – Oriente Médio e África do Norte, 1871 e 1876'.
No livro, o autor, Roberto Khatlab, resgata as peregrinações e sua importância para compreender o estilo do governante, que pagava as despesas do próprio bolso, por considerar as viagens de caráter científico e pessoal.
A comitiva que o acompanhava agia da mesma forma com os gastos. Dom Pedro dizia também que as visitas a outros países eram uma forma de divulgar o Brasil no exterior. E, apesar de alegar caráter pessoal, ele buscava informações que seriam úteis para o seu governo no Brasil, como sistemas de Dom Pedro II e comitiva no Egito, em 1871 expansão de ferrovias, sistemas educacionais e outros programas públicos bem-sucedidos nos países aonde ia.
O fato do imperador ter facilidade com a língua árabe favoreceu o contato com a população e o aprendizado no exterior. O astuto imperador também antevia questões comprovadas posteriormente. Durante um passeio nas ruas de Damasco, ao conversar com a população, registrou: “Eles, os árabes, querem emigrar para o Brasil”. A colônia árabe, décadas depois, se tornaria uma das mais importantes e influentes do país.