Marcha das Margaridas: o protesto nacional idealizado por trabalhadoras rurais

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Em diversos momentos emblemáticos ao longo da História, o protagonismo feminimo esteve presente em protestos políticos e em reivindicações das mais diversas pautas sociais. Ao redor do mundo, a participação das mulheres em eventos sociais e políticos sempre existiu — embora não fosse tão divulgado.
No Brasil, não foi diferente. Ao longo dos séculos é possível perceber que a luta feminina sempre esteve presente em diversos momentos e contextos históricos diferentes. No início dos anos 2000, por exemplo, a Marcha das Margaridas, contou com uma grande mobilização nacional, reunindo cerca de 20 mil mulheres.
Devido a proporção da manifestação, o episódio entrou para a história do país, como um dos maiores atos de luta pela democracia e representatividade feminina.
Origem histórica
De acordo com o site Brasil de Fato, o nome da marcha foi escolhido em homenagem à sindicalista paraibana Margarida Maria Alves. Em 1983, a ativista de 50 anos, foi brutalmente assassinada por um matador de aluguel contratado por fazendeiros.

A execução da sindicalista gerou a indignação da classe trabalhadora. No entanto, mesmo após 38 anos de sua morte, ninguém foi condenado pelo crime que escandalizou o país. Por outro lado, Margarida virou símbolo de luta e coragem.
Ainda hoje, a paraibana é amplamente lembrada pelos manifestantes e pelos trabalhadores rurais, que mantém o seu legado vivo.
A primeira marcha
A primeira Marcha das Margaridas foi realizada no início dos anos 2000 e foi organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O ato reuniu em Brasília agricultoras, quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas.

Segundo o Brasil de Fato, no primeiro evento, cerca de 20 mil mulheres participaram dos protestos. Todavia, com o passar do tempo, mais pessoas entraram para a luta, motivo que levou a mais de 100 mil manifestantes às ruas, na quinta edição da marcha.
O legado nos dias atuais
Dada a proporção do episódio, nos anos seguintes a manifestação se repetiu em Brasília. Organizada por trabalhadoras rurais, a Marcha das Margaridas busca defender políticas públicas na capital federal e luta por reformas governamentais.
Vale ressaltar, que o protesto trata-se de um programa político simbólico, inclusivo e representativo, que visa debater políticas públicas eficazes que possam abranger as necessidades e desejos das trabalhadoras rurais.
Segundo o Brasil de Fato, até 2019, cerca de quatro mil sindicatos estavam filiados à causa. Além disso, a marcha possui parcerias com os movimentos feministas, centrais sindicais, organizações internacionais e coletivos sociais.


