Nos EUA e URSS: Nomes do Reich atuaram em programas espaciais
Aventuras Na História
Após a queda da Alemanha nazista, alguns cientistas que contribuíram para o Terceiro Reich foram enviados para os Estados Unidos e União Soviética, onde atuaram ativamente na corrida armamentista durante a Guerra Fria, como o caso de Wernher von Braun.
Em 16 de junho de 1977, o engenheiro alemão Wernher veio a óbito, aos 65 anos, na Virgínia, Estados Unidos, em decorrência de um câncer pancreático. O homem vivia em solo americano, pois, após o fim da Segunda Guerra Mundial, ele passou a integrar a NASA, onde foi um dos responsáveis pela chegada do homem à Lua.
Antes de fazer parte da agência espacial estadunidense, o engenheiro do Reich atuou ativamente no desenvolvimento do foguete V-2 na Alemanha Nazista.
Todavia, enquanto esteve vivo, o cientista alegou que o seu envolvimento com o Partido Nazista não passou de uma estratégia para se proteger de caçadas anticomunistas no país.
Assim como Wernher, diversas outras mentes que contribuíram para o Terceiro Reich foram enviadas para os Estados Unidos e para a antiga União Soviética. Em troca tiveram que trabalhar em pesquisas para o desenvolvimento de ambas potências emergentes da época.
A Operação Paperclip
Outro caso famoso remete a Hubertus Strughold. Nascido na Alemanha, o fisiologista ficou conhecido como o “pai da medicina no espaço”. Pioneiro em diversas pesquisas, ele foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de roupas usadas por astronautas das missões Gemini e Apollo, ambas realizadas pela NASA.
No entanto, o seu passado está diretamente ligado a estudos realizados pelo Terceiro Reich. Em 1935, o especialista atuou como chefe de pesquisa aeromédica da Luftwaffe, até que com o fim do Holocausto, foi encaminhado para trabalhar no país aliado.
De acordo com a Superinteressante, após o conflito, o governo estadunidense mirou diversos cientistas nazistas — mais do que a União Soviética —, como o caso de Hubertus Strughold.
Estima-se que no primeiro semestre de 1945, em torno de 1.600 cientistas alemães e seus familiares teriam fugido para uma área da Europa sob o comando dos Estados Unidos.
A secreta Operação Paperclip, como ficou conhecida, foi responsável por convencer e retirar pesquisadores que tivessem alguma ligação com os nazistas.
Outros nazistas na NASA
Além de Hubertus Strughold e Wernher von Braun, outros nazistas tiveram um papel fundamental dentro da NASA, como foi o caso de Konrad Dannenberg, que gerenciou o Programa Saturn, o foguete lunar.
Werner Dahm, por sua vez, era conhecido por ter projetado túneis de vento supersônicos, que ajudaram na criação dos foguetes nazistas. Já sob as ordens do governo estadunidense, o cientista tornou-se o chefe da Divisão de Aerodinâmica da NASA.
Como citado anteriormente, Wernher von Braun não ficou atrás. De acordo com a Superinteressante, após ele assumir a liderança da Agência de Desenvolvimento de Armamentos Balísticos, ele criou o foguete Jupiter-C, que enviou ao espaço o primeiro satélite norte-americano. Nos anos seguintes, ele foi anexado à NASA, sendo crucial para o sucesso da missão Apolo 11.
Os últimos cientistas na União Soviética
Embora a participação de cientistas do Reich tenha sido menor na União Soviética, a nação também recrutou os cientistas do Reich para atuar em programas especiais durante a Guerra Fria.
Visando combater os EUA, os soviéticos ofereceram aos últimos pesquisadores a possibilidade de permanecerem na Alemanha, como o caso do físico Helmut Gröttrup.
O especialista assumiu as pesquisas e desenvolvimentos de foguetes. Contudo, em 1946, Stalin decretou que todas as produções aeronáuticas e nucleares deveriam ser transferidas para o território soviético. A partir disso, a indústria de Gröttrup foi instalada em Podlipki.
Diferente do governo estadunidense, os russos não permitiram que os cientistas do Reich assumissem altos cargos de liderança. Os projetos nazistas, por sua vez, passaram a ser adaptados pela União Soviética.
Já na década de 1950, nenhum alemão recrutado fazia parte da equipe de pesquisas espaciais e nucleares do território soviético. Assim como Gröttrup, outros pesquisadores alemães nunca receberam os créditos pelos seus estudos e contribuições científicas.
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