O insólito caso da casa que desapareceu
Aventuras Na História
Em 1994, o cineasta e engenheiro civil Neville Presho se deparou com um mistério que levaria 15 anos para chegar a uma conclusão. Ele estava fazendo uma visita à Ilha de Tory, na Irlanda, onde possuía uma casa de veraneio com vista para o mar.
Para seu imenso choque, ele descobriu que sua residência havia desaparecido sem deixar vestígios. O motivo pelo qual Neville havia ido para a ilha depois de oito anos, inclusive, tinha sido uma carta avisando que a casa fora danificada por uma tempestade - porém, há uma grande diferença entre uma construção danificada e uma inexistente.
O podcast documental “The House that Vanished” (ou, em tradução livre, “A casa que desapareceu”), produzido em 2021 pela BBC, relembrou o caso em detalhes.
Ninguém sabe, ninguém viu
Naturalmente, depois de constatar o bizarro acontecimento, o engenheiro passou a conversar com os moradores da região, tentando encontrar alguma informação que respondesse ao enigma. De acordo com a BBC, todavia, o que ele ouviu não ajudou muito.
"As pessoas estavam dizendo a ele que um redemoinho o pegou. Alguém disse que era melhor não perguntar, e outra pessoa falou sobre um brilho estranho no céu. Ele disse que a certa altura as pessoas não acreditaram nele - um psiquiatra pensou que ele tinha imaginado tudo isso”, relatou o podcast noticioso.
O episódio chegou até mesmo a ocasionar problemas de saúde mental, tendo um impacto desolador na vida pessoal de Presho.
Ainda assim, ele não desistiu de buscar respostas, falando com a polícia, com um engenheiro que pudesse avaliar o que teria ocorrido no local onde antes havia sua residência e indo atrás de advogados para levar o caso a um tribunal.
Infelizmente, durante muito tempo seus esforços foram em vão - o máximo que Neville conseguiu foi ouvir um rumor de que sua casa fora consumida por um incêndio criminoso, porém não havia nenhuma evidência para comprovar essa hipótese, ainda segundo a BBC Internacional.
Justiça
De acordo com o site PressReader, a sorte do cineasta apenas mudou depois que conheceu o jornalista Anton McCabe, em 2003, que tinha o contato de um advogado que concordou em representar Presho.
Após o início do julgamento do processo, uma matéria do jornal “Irish Daily Star” impulsionou o caso ao lhe conferir visbilidade. O acusado era o hoteleiro Patrick Doohan, que aumentou o estacionamento de seu hotel usando a propriedade onde antes estava a residência de Neville.
Embora realmente não houvesse provas concretas que o conectassem à destruição da casa, o juiz decidiu que ele provavelmente possuía envolvimento com o incidente, uma vez que foi beneficiado de forma suspeita pelo resultado.
Assim, em 2009, Presho foi indenizado com 46 mil euros pela invasão e interferência em sua propriedade. “Dez vezes essa quantia de dinheiro não teria compensado ele ou sua família. Ele sofreu ataques de doença mental e seu casamento acabou”, concluiu o podcast da BBC sombriamente.