O que aconteceu com a bola do pênalti desperdiçado por Beckham na Euro de 2004?
Aventuras Na História
Hoje, dia 11, aficionados do mundo inteiro estarão ligados na partida entre Turquia e Itália, no Estádio Olímpico de Roma, que marcará a abertura da 16ª edição do Campeonato Europeu de Futebol, a Eurocopa.
Inicialmente, em comemoração aos 60 anos do torneio, doze cidades de diferentes países receberiam jogos da competição durante o verão europeu do ano passado. Porém, em virtude da pandemia, como aponta a BBC, o evento foi postergado para este ano, com a final marcada para o lendário estádio de Wembley, em Londres, no dia 11 de julho.
Para chegar até a decisão, a Inglaterra, que cediará a final, terá que superar um grupo com Croácia (atual vice campeão da Copa do Mundo) e outras duas seleções com histórico de serem verdadeiras pedras no sapato: Escócia e Tchéquia. Além do mais, o English Team poderá enfrentar a seleção portuguesa, atual campeão do torneio, na fase de mata-mata.
A última vez que isso aconteceu, inclusive, na Euro de 2004, as recordações não são nadas boas para o país que detém a alcunha de ter inventado o futebol, principalmente para o astro da seleção na época, David Beckham.
Campanhas parecidas, destinos diferentes
Naquele fatídico 24 de julho de 2004, cerca de 65 mil pessoas estavam presentes no Estádio da Luz, em Lisboa, para acompanhar a partida de quartas de final entre Portugal e Inglaterra.
Até hoje, lusitanos e ingleses possuem memórias distintas daquela partida: enquanto os portugueses relembram daquela classificação memorável, os filhos da terra da Rainha recordam de mais um trauma em decisões por pênaltis.
Como relembra o portal Premiere League Brasil, decisões em marcas da cal sempre foram um tormento para os britânicos, afinal, entre 1990 e 2018, o English Team disputou 12 grandes competições (sendo 6 Euros e 6 Copas do Mundo).
Destas, foram eliminados 6 vezes depois que levaram o jogo para os penais: Alemanha na Copa de 1990; Alemanha na Euro de 1996; Argentina na Copa de 1998; Portugal na Euro de 2004; Portugal na Copa de 2006; e Itália na Euro de 2012.
Na ocasião em questão, as duas seleções tinham pontos em comum que faziam com que o confronto não tivesse favoritos. Como relembra o Premiere League Brasil, ambos esquadrões eram comandados por técnicos estrangeiros: Luís Felipe Scolari, então atual campeão do mundo em 2002, com a seleção brasileira comandava, os lusitanos; e o renomado sueco Sven-Göran Eriksson dirigia o English Team.
Na fase de grupos, outra coincidência, ambos perderam em suas estreias e venceram os dois jogos seguidos, com Portugal avançando com líder do grupo A e a Inglaterra como segunda do grupo B. Assim, as regras do torneio colocaram as duas seleções frente-a-frente na fase seguinte, as quartas de final.
Logo nos minutos iniciais, o artilheiro Michael Owen aproveita um erro da zaga lusitana e abriu o placar aos 3 minutos. Esbarrando na forte marcação inglesa, Portugal empata a sete minutos do fim com Hélder Postiga. A partida iria para a prorrogação. Mais 30 minutos de bola rolando.
Os primeiros 15 minutos foram mornos e a emoção ficou para a metade final, quando cada seleção marcou mais uma vez: Rui Costa, de Portugal, aos 110 minutos e Frank Lampard aos 115. Teríamos pênaltis.
Ricardo, o herói
Especialista em bolas paradas e um dos astros da Inglaterra, David Beckham bateria o primeiro pênalti. Caso marcasse, jogaria um peso enorme para Portugal, que entraria em toda disputa com a obrigação de não errar. Porém, o jogador do Real Madrid não só errou a cobrança como jogou a bola na arquibancada.
Nos nove pênaltis seguintes, só Rui Costa desperdiçou a terceira cobrança para Portugal. Após os chutes de Hargreaves, Maniche, Ashley Cole e Postiga nas alternadas, a partida estava empatada quando a estrela do goleiro Ricardo brilhou.
Depois de seis chutes, o arqueiro lusitano decidiu tirar a luva para defender a cobrança de Vassel. A tática deu certo e o camisa 1 espalmou o chute para longe do gol. Em seguida, o meia Nuno Valente se dirigia para a cobrança, mas Ricardo assumiu a responsabilidade de bater o pênalti decisivo. No duelo goleiro x goleiro, o português levou a melhor ao acertar o canto direito e decretar o 6 a 5.
Posteriormente, Portugal ainda superaria os Países Baixos na semifinal antes de ser derrotada para a Grécia, considerada a grande zebra da competição, em partida que reuniu 62 mil pessoas em Lisboa.
A derrota dos lusitanos em casa ficou marcada como uma das maiores frustações na história da seleção. 14 anos depois, Cristiano Ronaldo, que era apenas uma jovem promessa na época, comandou os portugueses na conquista inédita da competição.
A bolada que valia uma bolada, mas nem tanto
Se o pênalti cobrado por Beckham foi um grande momento de azar para o astro inglês, o mesmo não poderia ser dito pelo torcedor espanhol Pablo Corral, que tinha 25 anos. Como relembra matéria do site britânico Standard, o jovem estava no setor Q do Estádio da Luz quando viu a bola chutada por David vindo em sua direção.
“Fui com meu pai, estávamos rodeados de ingleses e portugueses”, recordou em entrevista à agência EFE. “Os ingleses sem saber o que pensar porque todos já contavam como gol, já que Beckham, até onde eu sei, cobra bem pênaltis...e os portugueses pulando de alegria. A bola veio na minha direção e não a deixei escapar", conta.
Com a bola do azar em seus braços, o espanhol guardou a recordação e a levou escondida para casa. No dia seguinte, colocou o item à venda no site de leilão eBay. Como recorda a BBC, em poucas horas o lance pela pelota já batia a casa dos 5,5 milhões de euros.
A expectativa era que o valor aumentasse ainda mais até o dia 22 de julho, quando o leilão estava marcado para terminar. Porém, como recorda o Standard, muitos desses lances foram dados por brincadeira.
No fim, a bola, que tinha gravada os nomes das equipes, a data e o local do jogo, foi arrematada por um valor mais modesto: 28.050 euros. "Com este dinheiro cobrirei algumas despesas que tenho e vou investir o restante. E também me permitirei alguns excessos", disse Corral à EFE.
Bola no espaço?
Já o comprador, Richard Rowe, presidente do Golden Palace, um cassino online, usou a pelota para fazer diversas paradas ao redor do mundo para arrecadar dinheiro para a caridade. “Espere ver The Ball viajando ao redor do mundo em um esforço para arrecadar dinheiro para organizações de caridade”, declarou no site do cassino.
Além disso, anunciou que o cassino estaria patrocinando o Programa Espacial GoldenPalace.com junto ao The da Vinci Project, que projetava transportar três pessoas a uma altitude de 100 quilômetros de altitude — o que seria a primeira espaçonave suborbital de uma empresa privada, segundo afirmou o site do cassino.
A ideia, inicialmente, era levar a bola para o espaço. Porém, como recorda matéria da BBC News, em 23 de setembro de 2004, o The da Vinci Project anunciou que não estaria pronto para tal feito. Em 2005, a organização encerrou suas atividades e tal promessa nunca foi cumprida.
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