Obra aborda a resistência do bloco Cacique de Ramos durante a ditadura militar

Recém-lançado pela Editora Cobogó, o livro “Carnaval-Ritual: Carlos Vergara e Cacique de Ramos” do escritor, pesquisador e curador Maurício Barros de Castro, apresenta uma análise crítica sobre arte contemporânea e cultura popular no território brasileiro. 

Durante a década de 1970, o renomado fotógrafo e artista plástico Carlos Vergara passou a observar o bloco Cacique de Ramos. A partir de um olhar fotográfico preciso e poético, fez uma série de imagens que tornaram-se símbolos de arte contemporânea no Brasil naquele período.  

A obra começa com a apresentação da mostra Ex-Posição, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1972, e termina com registros da 40ª Bienal de Veneza, realizada oito anos depois. 

Em um texto de 1978, Hélio Oiticica nomeou a relação do fotógrafo com o bloco de “Vergara-Cacique”, sendo amplamente citada no decorrer da obra da Editora Cobogó. 

A partir de documentos, imagens, entrevistas, filmes, correspondências e projetos, o escritor Maurício Barros de Castro apresenta um panorama completo das obras de Vergara ao lado de Cacique de Ramos durante o período da ditadura militar brasileira. 

De acordo com o fotógrafo, o bloco de rua foi fundamental para a criação artística da população da época, diante da repressão política iminente naquele período sombrio.

“Vergara foi atraído pelo carnaval de rua, evento popular que ele percebia como um ritual que transita entre o político e o onírico, que promove a inversão de papéis sociais e a liberação sexual. As imagens que produziu sobre o Cacique de Ramos mostram seu olhar nessa direção”, disse Maurício Barros de Castro.

Neste memorável livro, o especialista reúne um vasto material sobre o universo “Vergara-Cacique”. Além disso, o autor apresenta o tão esperado encontro entre Carlos Vergara e Bira Presidente, fundador do bloco.

Disponível na Amazon em formato Kindle e capa comum, esta obra, em suma, trata-se de um registro de resistência contra a ditadura militar e de manifestação artística popular.