Padre Júlio Lancellotti rebate ataque de deputada e diz que é a ‘corrupção’ que mantém a Cracolândia
Aventuras Na História
Na tarde do último sábado, 7, o padre Júlio Lancellotti denunciou que a Polícia Militar havia barrado e intimidado os Voluntários da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo de distribuir alimentos na região conhecida como Cracolândia, em São Paulo.
"Quando a nossa equipe chegou com o almoço, eles disseram que não poderiam passar. Em nenhuma tentativa deu certo, então eles deram a volta e foram por uma outra entrada", relatou o presbítero. "Os policiais vieram e disseram que eles estavam desobedecendo à ordem, que a ordem era não entrar, e começaram a intimidá-los”.
A indignação do padre, no entanto, não foi bem vista pela deputada federal Janaina Paschoal. Como mostra matéria publicada pela equipe do site do Aventuras na História, Paschoal afirmou em suas redes sociais que o ato do religioso “só ajuda o crime”.
Além disso, ela declarou que ele e o “os voluntários ajudariam se convencessem os assistidos a fazer tratamento e ir para os abrigos”. Janaina recebeu uma enxurrada de críticas e se defendeu alegando que o problema na região existe há anos e que “alimentar no vício só estimula o ciclo vicioso”.
Em entrevista à Coluna de Jamil Chade, no UOL, o padre defendeu a ação solidária, alegando que “alimentar as pessoas na Cracolândia é uma questão humanitária. Não seria matá-los de fome que resolveria o problema”.
Além disso, Júlio explicou que “dividir a comida estabelece vínculos com os dependentes de drogas” e que a “não é o alimento que mantém a Cracolândia, mas a corrupção”.
O presbítero ainda convidou a deputada para visitar a região e conhecer a importância do trabalho da instituição com os moradores em situação de rua, lhe apresentando pessoas que conseguiram superar o vício e deixar as ruas.
Em suas redes sociais, o padre Júlio Lancellotti aproveitou para agradecer aqueles que contribuíram com o trabalho da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo e explicou que seu “objetivo não é distribuir comida, mas ser alimento, força e esperança para aqueles que estão esquecidos, marginalizados e excluídos”.