Por trás do matrimonio real: A cruel dúvida de Philip antes do casamento com a Rainha Elizabeth II
Aventuras Na História
No dia 20 de novembro de 1947, a Inglaterra assistiu ao suntuoso casamento entre a rainha Elizabeth II e o príncipe Philip. Digna da jovem monarca do Reino Unido, a cerimônia marcou o início de sete décadas do mais sólido companheirismo de um dos casamentos mais longos que a corte britânica já pôde acompanhar.
A relação duradoura, de 73 anos, chegou ao fim em abril de 2021, quando o Duque de Edimburgo veio a óbito aos 99 anos de idade. Pela primeira vez, Elizabeth se viu sozinha; a monarca teve que enterrar o pai, a mãe, a irmã, a nora e, por fim, o marido.
Entre supostas traições e exclusão de Philip em assuntos do reino, o matrimônio jamais foi desfeito, uma forma de mostrar ao povo a estabilidade da família real. Desde aquele dia, o casal foi inseparável: viveram guerras, mortes de políticos, conquistas da humanidade e, finalmente, envelheceram lado a lado.
Rodeada de mistério, são poucas as informações íntimas que temos sobre a relação de Elizabeth e Philip. Todavia, uma das mais instigantes era o apelido com o qual o príncipe se referia à amada, Lilibeth.
Contudo, ainda no início do matrimônio uma dúvida perturbava Philip. Assustado, o príncipe tinha questionamentos sobre seu futuro em meio aos membros de uma das monarquias mais importantes da Europa — e do mundo.
A dúvida de Philip
Philip e Elizabeth eram primos de terceiro grau, tataranetos da rainha Vitória, o que para o príncipe não significava que ele ocuparia um espaço relevante na corte da esposa. Retratado na série original da Netflix, The Crown, como um homem que se sentia excluído, parece que a trama não errou tanto ao apresentar o duque ao público.
Ao nascer, Philip recebeu o título de príncipe da Grécia e da Dinamarca, sua mãe, a princesa Alice de Battenberg havia se casado com o príncipe da Grécia, Andrew. Porém, fantasmas do passado rodeavam sua família.
Suas irmãs eram casadas com membros do alto escalão do Partido Nazista, o que preocupava Philip. Sendo assim, nenhuma delas foi convidada ao casamento real e, para não prejudicar a monarquia inglesa, o príncipe renunciou seus títulos ao selar matrimônio com a soberana.
Em entrevista ao Daily Mail, repercutida pelo portal UOL, o biógrafo Gyles Brandreth, falou sobre o que atormentava a mente de Philip até o momento de subir no altar. “Na manhã de seu casamento, logo após o café da manhã, Philip perguntou a Patricia Mountbatten [prima dele]: 'Estou sendo muito corajoso ou muito tolo?'”, disse o autor.
A prima Patricia foi testemunha dos pensamentos agoniantes do príncipe. “Ele não tinha certeza, não sobre se casar com a princesa Elizabeth, mas sobre o que o casamento significaria para ele. Ele pode ter tido suas dúvidas sobre onde estava se metendo — toda a história de se casar com a filha do rei da Inglaterra”.
Embora tenha enfatizado que o primo “amava profundamente” Elizabeth, sua posição na realeza sempre fora difícil, algo que talvez a monarca tenha sido conivente. Ao entrar para a realeza, a vida de Philip se transformou completamente, enquanto os membros viviam sem validar sua presença.
“Eles não gostavam dele, não confiavam nele, e isso era evidente. Não tenho certeza se a princesa Elizabeth notou. De certa forma, o casamento quase não mudou sua vida. A vida dele mudou completamente”, relatou a mulher, de acordo com Brandreth.
O sentimento de Elizabeth, no entanto, era verdadeiro. Ao ver o marido partir, teve que encarar mais uma vez o luto, o que Andrew, filho da rainha, afirmou ter deixado “um grande vazio” na monarca.