Roger na G Magazine: O ensaio nu que causou polêmica com o goleiro
Aventuras Na História
Há 21 anos, o então goleiro reserva do São Paulo, Roger José de Noronha Silva, conhecido apenas pelo primeiro nome, já tinha uma carreira brilhante no futebol brasileiro. Atuando desde 1991, teve uma notável passagem pelo time do ataque dos sonhos do Flamengo na década de 1990, com Sávio, Romário e Edmundo.
O destaque possibilitou a transferência ao tricolor paulista, que vivia em glória após uma série de títulos no período. Apesar de ficar no banco para o maior ídolo do clube, Rogério Ceni, a trajetória de Roger pelo clube chamou atenção, sendo o guardador que mais atuou no período que Rogério esteve ativo, o substituindo em 52 partidas, como informa o Terceiro Tempo.
Porém, em 1999, ele enfrentava uma grande polêmica ao aceitar a proposta da revista adulta G Magazine, que estampava fotos nuas de nomes masculinos.
Apesar de não ser o primeiro — Vampeta e Dinei, jogadores do Corinthians, posaram em janeiro e fevereiro do mesmo ano — o ensaio foi suficiente para causar um desconforto com um funcionário em específico.
Na capa da revista
Em entrevista ao UOL Esporte em 2017, Roger explicou que, o time já estava ciente que ele faria o ensaio sensual alguns meses antes da publicação.
O então técnico Paulo César Carpegiani, que estava perto de se despedir do clube, acabou pedindo ao goleiro que adiasse por um tempo a divulgação das imagens, que fosse feita após sua saída.
“O Carpegiani veio falar comigo, dizendo que tinha assinado um pré-contrato com o Flamengo e queria que eu adiasse a revista até ele sair. Eu falei para ele que ligaria para o diretor da G Magazine, porque não dependia mais de mim. E esse diretor falou que seria tranquilo, era só ir colocando outras edições na frente e então só publicaria em janeiro”, contou Roger.
A polêmica já havia tomado grandes proporções, até que, em uma entrevista coletiva, o então técnico foi questionado sobre o assunto por um jornalista, respondendo com uma fala abrupta: "Se a revista for publicada, Roger não jogará mais pelo São Paulo”, disse com tom de certeza.
Aproveitando o fogo
Roger explicou que o episódio resultou em um grande problema, mesmo que Paulo não tivesse nada a ver com a situação: “Ele se precipitou. Seria mais íntegro se ele falasse o que ocorreu, do que ter colocado o São Paulo nessa situação. Eu sofri as consequências. Ele queria que eu ficasse afastado por um mês por indisciplina. Mas eu não queria aceitar, seria assinar que fiz coisa errada, e não fiz nada errado”, acrescentou.
Assim, a G Magazine seguiu com o lançamento. “No dia seguinte (à coletiva), ele me chamou perguntando se eu tinha conseguido. Mas, com a polêmica gerada na entrevista, eles falaram que não ia ter jeito e publicaram. Só que o Carpegiani disse que tinha dado a palavra dele de que eu não jogaria e não iria voltar atrás”, disse o atleta.
A medida resultou na transferência do atleta ao Vitória, abafando o caso durante um ano, até retornar ao São Paulo — já sem o treinador.
Mesmo assim, o episódio permitiu maior tranquilidade para grandes jogadores que estamparam a publicação em anos seguintes, como Bruno Carvalho, do Flamengo em 2002, e Túlio Maravilha, ídolo do Botafogo, em 2003.
Ao ser perguntado sobre a atitude, Roger revelou que não se arrepende da publicação — muito pelo contrário, o ocorrido serviu de aprendizado para ele e para muitas pessoas abandonarem o preconceito a respeito da concepção distinta entre homens e mulheres que realizam esse tipo de ensaio.
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