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São Paulo tem monumento com coluna que foi presente de Benito Mussolini
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Aventuras Na História
28/07/2021 20h09
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Na última semana, o incêndio na estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, reacendeu o debate sobre homenagens a figuras controversas da história brasileira. Bandeirante, Manuel de Borba Gato fazia parte do grupo acusado de escravizar indígenas e negros, além de abusar sexualmente de mulheres indígenas.

Embora as discussões tenham se acirrado com o evento mais recente, é fato que as críticas a tais monumentos não são recententes; a própria estátua de Borba Gato já foi alvo de outras manifestações no passado, como em 2016, quando recebeu um banho de tinta, e em 2019, com crânios sendo colocados no local pelo Grupo de Ação.

A cidade de São Paulo, porém, guarda outras homenagens a personalidades históricas polêmicas, além de um monumento que foi recebido na capital paulista até mesmo como um presente de Benito Mussolini que, na época, era primeiro-ministro da Itália e viria a se tornar o atroz ditador que conhecemos hoje.

A história

O ‘Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico’ / Crédito: RicardoSAPO via Wikimedia Commons

 

Em 1927, os aviadores italianos Francesco De Pinedo e Carlo Del Prete cruzaram o Atlântico Sul em uma travessia pioneira realizada a bordo de um hidroavião. Eles saíram de seu país natal e chegaram ao Brasil, pousando na região próxima à represa Guarapiranga e realizando um feito histórico.

Além dos dois aviadores, o brasileiro João Ribeiro de Barros também foi responsável por completar a empreitada apenas pouco tempo depois dos italianos. Ainda em 1927, ele atravessou o Atlântico no hidroavião Jahú, como informa o site do Sesc SP.

A façanha do general Francesco de Pinedo, porém, foi feita a partir das instruções de Benito Mussolini, o então primeiro-ministro italiano. Em reportagem da Folha de S. Paulo, atesta-se que o político orientou o aviador “interessado em propagar os feitos de sua nação”.

Tão empolgado com o feito, o ditador fascista decidiu retirar uma coluna de uma construção milenar do Monte Capitolino, em Roma, na Itália, e enviá-la de presente à capital paulista, como registra o site da Prefeitura de SP. Ela chegou aqui como um regalo e foi logo remanejada para se tornar um monumento em homenagem aos aviadores.

O monumento

Escultura do monumento / Crédito: Dornicke via Wikimedia Commons

 

O ‘Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico’ foi inaugurado em 1929 e como comemoração da proeza dos pilotos que conseguiram cruzar o mar em um feito pioneiro na época. Embora a homenagem seja clara, a polêmica coluna de Mussolini nunca foi esquecida.

Obra do escultor ítalo-brasileiro Ottone Zorlini, a construção tem cerca de nove metros de altura e foi colocada originalmente na região do pouso dos italianos, às margens da represa de Guarapiranga. Com um decreto do então prefeito Jânio Quadros, o monumento foi levado ao Jardim América, em SP, mas retornou a Santo Amaro em 2010.

Além de contar com o presente de Mussolini, a obra conta com uma escultura de bronze que representa o mito grego de Ícaro, a constelação do Cruzeiro do Sul, uma esfera celeste com ‘Ordem e Progresso’ e, ainda, um “fascio” de cada lado.

Trata-se de um feixe de varas usado durante a Roma Antiga e que foi resgatado pelo ditador para representar o fascismo.

Detalhe da escultura romana / Crédito: Dornicke via Wikimedia Commons

 

Assim como a estátua de Borba Gato, o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico também foi alvo de pichações e outras manifestações que demonstraram descontentamento com a continuidade de representações controversas da história. E elas não são as únicas, tanto em São Paulo como no resto do Brasil.

O site da Prefeitura de São Paulo registra os atos contra a obra: "Na praça, a obra foi pichada várias vezes, em manifestações de repúdio ao regime fascista e a Benito Mussolini". 

Embora a obra em questão seja uma homenagem aos pilotos e sua façanha tão importante para a aviação mundial, o monumento ficou marcado pela relação com Mussolini e sua ideologia responsável por perseguições, além de se firmar como uma das mais terríveis da Segunda Guerra Mundial.


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