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Tutancâmon: O faraó não tinha a beleza que vendeu à posteridade
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Tutancâmon: O faraó não tinha a beleza que vendeu à posteridade

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Aventuras Na História
15/08/2021 11h00
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Tutancâmon é um ícone entre os monarcas do antigo Egito. Por causa da descoberta de sua tumba, obra do arqueólogo britânico Howard Carter, em 1922, surgiu a expressão “maldição do faraó” — vários integrantes da expedição e o patrocinador, Lorde Cavernon, morreram de forma misteriosa. Em vida, Tut pouco fez.

Seu pai foi o grande Akenaton, que instituiu o culto ao Deus Sol e é tido como um dos primeiros monoteístas da História. Assumiu o trono aos 9 anos e os sacerdotes restauraram o culto aos antigos deuses e recuperaram os privilégios tirados por seu pai. Morreu aos 18 anos, em 1327 a.C.

Sua fama deve-se mesmo à descoberta de Carter. Ainda que sua tumba não estivesse entre as maiores, foi encontrada intacta. Sua máscara mortuária dourada, com a serpente e o abutre, virou sinônimo dos governantes egípcios. O problema é que a propaganda era melhor que o produto, pelo menos de acordo com o documentário 'Tutancâmon, a Verdade Revelada', exibido em 2016 pela BBC.

Especialistas realizaram uma “autópsia virtual” na múmia de Tut. O resultado é devastador para sua vaidade milenar. Para começo de conversa,  não tinha a beleza que muitos imaginam. Seu maxilar superior se projetava para a frente, tinha seios grandes e era dentuço. E as pernas eram arqueadas, de tal forma que ele só conseguia andar com a ajuda de bengalas — foram encontradas 130 delas em sua tumba.

O problema nas pernas, possivelmente uma doença óssea congênita, joga por terra a antiga teoria de que teria morrido por causa de uma queda de biga. Ele simplesmente não seria capaz de montar em uma.

“Era importante comprovar a sua capacidade de condução de uma biga e concluímos que não teria sido possível, especialmente pelos seus pés arqueados, que o impediam de se manter em pé sem ajuda”, anunciou Albert Zink, então diretor do Instituto de Múmias da Itália, ao jornal The Independent. Uma hipótese de 2012 afirma que ele era epiléptico — daí as notícias de que teria “visões”, na verdade, alucinações causadas pela doença.

A autópsia da BBC foi realizada com o auxílio de 2 mil imagens escaneadas e testes de DNA — ele seria fruto de uma relação incestuosa entre dois irmãos. “Os antigos egípcios acreditavam que o incesto mantinha a linhagem pura, mas na realidade ocorre o oposto. Eles não tinham ideia das implicações para a saúde dos herdeiros”, diz Zink.


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