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Uma morte, duas versões: Entenda o caso Kathleen Peterson
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Uma morte, duas versões: Entenda o caso Kathleen Peterson

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Aventuras Na História
21/07/2021 17h37
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Era madrugada do dia 9 de dezembro de 2001, quando o romancista e escritor Michael Peterson ligou para a polícia. Na ocasião, ele estava em sua casa onde morava com os filhos e a esposa, na Carolina do Norte, Estados Unidos.

Na ligação, afoito e apavorado, o homem proferiu as seguintes palavras: "Minha esposa sofreu um acidente". Quando questionado pelo policial sobre o que teria acontecido, ele respondeu que Kathleen Peterson, então com 48 anos, havia caído da escada.

Ele afirma que estava no quintal perto da piscina quando ouviu um barulho dentro da residência e se deparou com a mulher caída e sangrando na beira das escadas. Na ocasião, Michael diz que a vítima respirava, mas, que estava inconsciente.

A polícia não demorou muito para chegar ao local, mesmo assim, já era tarde demais: Kathleen estava morta. A tragédia, que inicialmente parecia um acidente doméstico, rapidamente desencadeou em um processo longo com resultados ainda ambíguos. Como revelou uma reportagem do jornal O Globo.

A série 

No ano de 2018, a plataforma de streaming Netflix adicionou em seu catálogo a série documental intitulada The Staircase, a respeito sobre o caso da morte de Kathleen Peterson.

Lançado inicialmente em 2004 por uma rede de televisão francesa e atualizado anos depois, o seriado relata diversos aspectos do ocorrido, além de colocar em evidência os problemas do sistema judiciário norte-americano. Recentemente, a série voltou a ficar em alta na plataforma.

O motivo pode estar relacionado à curiosidade acerca do caso, envolvendo desde as teorias sobre como a mulher caiu da escada até o julgamento e sentença de Michael.  

Incongruências 

Para as autoridades, a versão de que a vítima havia sofrido um acidente doméstico era difícil de acreditar, já que as lesões em seu corpo eram mais extensas do que o usual para uma queda.

A quantidade de sangue presente na cena era muito grande, haviam marcas até mesmo no teto. Além disso, a mulher apresentava sete lacerações no crânio, cortes que de acordo com a promotoria, eram respectivos a golpes realizados com objeto pontiagudo.

Não demorou muito para que Michael Peterson se tornasse o principal suspeito do caso. Segundo os promotores, ele teria espancado a esposa até a morte usando um atiçador de lareira feito de ferro.

Michael Peterson / Crédito: Divulgação/Netflix

 

A acusação alegou que a motivação para o crime teria sido uma apólice de seguro de vida, já que o escritor estaria endividado.

O suspeito, por sua vez, continuou — e continua — alegando inocência. Em sua versão, ele e a mulher tiveram uma noite agradável juntos, ao fim daquele dia, Kathleen teria misturado Valium com álcool, causando o desequilíbrio que gerou a suposta queda.

Julgamento e desdobramentos 

No início do processo, o acusado contou com o apoio dos filhos, mas, ao longo do tempo alguns romperam com ele, principalmente após o veredito, que veio em 2003: Peterson foi condenado à prisão perpétua por homicídio em primeiro grau.

Seu julgamento foi considerado polêmico, já que a promotoria usou aspectos da vida pessoal do romancista na tentativa de incriminá-lo. A bissexualidade de Michael, por exemplo, foi exposta no tribunal.

A acusação alegou que ele mantinha casos extraconjugais com outros homens e que a esposa teria descoberto, o assassinato teria sido uma forma de silenciá-la. Contudo, o réu alega que Kathleen sabia de tudo.

Túmulo de Kathleen Peterson em cena retirada da série 'The Staircase' / Crédito: Divulgação/Netflix

 

No ano de 2011, após inúmeras apelações, sua condenação foi anulada. Segundo revelado na publicação, o juiz responsável chegou à conclusão de que uma importante testemunha de acusação teria mentido no tribunal. 

Em fevereiro de 2017, Peterson usou uma apelação judicial prevista na lei dos Estados Unidos, chamada de ‘Alford plea’. Com isso, ele conseguiu sua liberdade.

Até hoje, quase 20 anos depois da morte de Kathleen Peterson, não se sabe ao certo o que verdadeiramente aconteceu naquela fatídica madrugada.


Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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