Circularidade dos negócios, mais uma vantagem do outsourcing
Tecmundo
Lá se foram 20 anos desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro. Batizada como Rio 92, foi um marco na conscientização da comunidade política internacional sobre a necessidade de conciliar desenvolvimento econômico e preservação da natureza.
De lá para cá, muito conhecimento foi acumulado e muitos projetos foram criados. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada pela Lei n. 12.305/2010, popularmente conhecida como Logística Reversa, tem 11 anos e, apesar de ainda não ter sido implementada em larga escala, já é realidade em muitos mercados.
O conceito de economia circular, que recentemente tem ganhado força, é ainda mais antigo, tendo sido descrito pela primeira vez em 1989 por economistas e ambientalistas da Inglaterra; hoje, já se sabe que é um caminho sem volta.
A teoria dos 3Rs, que também surgiu durante a Conferência da Terra no Rio de Janeiro, continua valendo (reduzir, reutilizar e reciclar), mas é preciso mais do que isso. Precisamos repensar toda a vida útil dos produtos e, principalmente, o que será feito deles no momento do descarte.
Não dá mais para adiar a agenda do meio ambiente. Só há um planeta, e não há como jogar algo para fora dele. Tudo o que se produz aqui fica por aqui. A circularidade tem como princípio reutilizar ao máximo, dentro de novas cadeias produtivas, todo e qualquer resíduo de qualquer produto manufaturado.
Recentemente, tive acesso a um dado alarmante. No mundo, cerca de 30 milhões de computadores descartados poderiam ser reaproveitados ou remanufaturados. É o que chamamos de segunda vida, antes do descarte.
É preciso mudar rapidamente a mentalidade sobre a vida útil de um equipamento de tecnologia. Por mais estranho que possa parecer, a preocupação com o descarte deve começar na fase de concepção e projeto. Que material utilizar? Quanto utilizar? É possível ser reaproveitado depois? Pode ser consertado ou remanufaturado? Isso tudo demanda muito investimento não apenas em pesquisa, mas também em educação.
A garantia de um descarte correto para os equipamentos de Tecnologia da Informação (TI) é mais uma vantagem do modelo outsourcing. Quando uma empresa opta por locar equipamentos, ao fim do contrato fica sob responsabilidade da contratada a destinação correta dos equipamentos
Esse é um benefício incrível, pois tira essa preocupação dos gestores. Em tempos tão desafiadores, qualquer distração dos líderes pode comprometer o negócio.
*****
Vittorio Danesi é empreendedor e executivo do mercado brasileiro de tecnologia há quase 35 anos, CEO da Simpress, que foi comprada pela HP, embora continue operando de forma independente. Recentemente, junto de outros empresários, criou o grupo BR Angels, que reúne executivos que investem em startups.