5 curiosidades sobre Anúbis, o deus da morte do Egito Antigo
Aventuras Na História
Em toda a história da humanidade, um elemento que se fez presente em praticamente todas as sociedades — em especial as do passado — era uma grande adoração às figuras divinas. E graças a isso, hoje em dia conhecemos várias obras que referenciam as mais diversas mitologias, como a grega, a nórdica e, uma das mais antigas, a egípcia.
A mitologia egípcia, porém, possui uma peculiaridade bem particular: seus deuses são sempre representados como corpos humanos com cabeças de animais. E, entre as divindades mais populares da mitologia egípcia, se encontra o deus Anúbis, retratado sempre com a cabeça de um chacal. Confira a seguir cinco curiosidades sobre o curioso deus dos mortos e da mumificação.
1. Representação
Como já mencionado, Anúbis era representado com o corpo de um ser humano, mas com a cabeça de um chacal preto. A cor, por sua vez, também carregava um significado: de acordo com o Brasil Escola, ela representava a decomposição do corpo — o que faz sentido, visto que ele é considerado o deus dos mortos e da mumificação —, e também o renascimento, devido à cor que tinha o solo fértil próximo ao rio Nilo.
O animal que estampa sua cabeça, por sinal, não tem muita relação com o que ocupa o semblante de seus pais — Osíris, que normalmente não era associado a um animal, mas por vezes poderia ser visto como um touro negro, crocodilo ou grande peixe, e Néftis, que também possui aparência humana.
2. Nascimento
Na maioria das mitologias, as divindades possuem histórias de origem bem definidas, envolvendo tramas quase humanas entre deuses. E com Anúbis não é diferente: ele teria sido fruto de Osíris (deus do julgamento, do além e da vegetação, sendo um dos mais importantes da religiosidade egípcia) e Néftis (deusa da noite).
Néftis, encantada com a beleza de Osíris, teria se disfarçado de Ísis — sua irmã e esposa do deus do além — e, tendo deitado-se com ele, concebeu a vida a Anúbis. Porém, Osíris abandonou Néftis após o nascimento de seu filho, temendo que Set — deus do caos, da seca e da guerra —, marido da deusa da noite, descobrisse a traição.
No entanto, Ísis teria descoberto a relação e, em vez de punir a irmã, foi atrás de Anúbis e criou-o como se fosse seu próprio filho. Set, por sua vez, também descobriu a traição, mas não foi tão pacífico: enfurecido, decidiu se vingar e acabou assassinando Osíris.
3. Anúbis e Osíris
Como a mitologia egípcia se trata de uma das mais antigas do mundo, visto que a própria sociedade do Egito Antigo foi uma das primeiras do que se estuda hoje como História, existem algumas divergências de interpretações. E isso faz com que a compreensão das funções de Anúbis e Osíris se confundam.
Anúbis foi o primeiro deus dos mortos da mitologia egípcia, mas, com o tempo, alguns atributos do deus-chacal, como esse, passaram a ser relacionados a Osíris. Isso porque ocorreu uma mistura com o fato de ele ser a divindade do além, sendo logo associado, também, aos mortos e à mumificação.
4. Protetor dos túmulos
Dessa forma, como Osíris era considerado uma das principais divindades do Egito, Anúbispassou a servir apenas como uma espécie de auxiliar, protegendo túmulos e guiando mortos no além. Ademais, os egípcios antigos também acreditavam que o deus-chacal era um dos que ficavam presentes no Tribunal de Osíris, onde os mortos eram julgados e era decidido se desfrutariam da vida após a morte, ou se seriam devorados por um monstro.
Além disso, por ser considerado um guardião dos túmulos, acreditava-se que Anúbisvingava todos aqueles que tinham túmulos violados e saqueados. Por isso sua representação era tão recorrente principalmente em tumbas de todo o Egito Antigo.
5. Culto a Anúbis
Como citado anteriormente, Anúbis era o deus da morte, e como isso é um elemento inevitável da vida, ele possuía santuários espalhados por todo o território do Egito — afinal, os egípcios não teriam um deus com cabeça de panda, por exemplo, já que nunca viram o animal, que é encontrado naturalmente na Ásia.
Porém, a construção de santuários não era a única forma com que homenagens eram prestadas a Anúbis. Existiam também sacerdotes que, durante rituais em locais de culto, utilizavam máscaras em forma de chacal, sem contar na existência de amuletos em referência ao deus e imagens dele em basicamente todas as tumbas.