'A Face da Guerra', uma das obras mais simbólicas e comoventes de Salvador Dalí
Aventuras Na História
Rodeada de vibrantes, longas e esganiçadas serpentes, uma cabeça moribunda sem corpo flutua na aridez de um deserto, compondo 'A Face da Guerra', uma das obras mais simbólicas e comoventes do surrealista espanhol Salvador Domingo Dalí Domènech (1904-1989), conhecido por Salvador Dalí.
“A cabeça parecendo uma caveira tem todos os orifícios repletos de esqueletos; cada um contém esqueletos e esqueletos-dentro-de-esqueletos, de forma que ela está recheada de morte infinita, um símbolo potente da era dos campos de concentração e assassinatos em massa”, descreve Nathaniel Harris em Vida e Obra de Dalí.
Aversão
Produzida no ano 1940, após o fim da Guerra Civil Espanhola e em plena Segunda Guerra Mundial, Dalí demonstra nesta tela uma forte repulsa e aversão aos episódios históricos de extermínio.
Nesta época, ele partiu de Paris, na Europa (que amava), para se refugiar na Califórnia, nos Estados Unidos, acompanhado de sua esposa, Gala Éluard Dalí (1894-1982), onde permaneceram por oito anos (e onde ele chegou ao auge de sua fama).
No entanto, nem a distância física da guerra fez o artista mudar o foco do terror tão trabalhado em uma série de suas artes surreais.
Nesta, além da destruição contínua representada pelo funil de crânios em sofrimento e horror dentro dos olhos e bocas, há uma sombra no canto inferior direito que destaca o rastro de uma mão sobre uma pedra. Na falta de assinatura, há quem diga que esta é a ideia da marca do artista.