A impressionante cabeça de Jesus Cristo encontrada na catedral de Notre Dame
Aventuras Na História
Em 2019, um incêndio devastador atingiu a catedral de Notre-Dame, um dos principais monumentos arquitetônicos de Paris, na França. Agora, em novembro de 2024, a igreja reabre suas portas para visitação.
Durante o processo de reconstrução, uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta notável em 2022: uma estátua de madeira com a cabeça de Jesus Cristo. À época, a relíquia foi pouco divulgada para não comprometer o andamento das obras. Além dessa peça, outros artefatos históricos foram recuperados entre os escombros.
A estátua, localizada no coro da catedral, retrata Jesus Cristo morto, com olhos fechados e uma expressão de serenidade. A peça é rica em detalhes, como a barba cuidadosamente talhada, o cabelo ondulado e o nariz intacto, características raras em esculturas antigas, que frequentemente perdem essas extremidades com o passar do tempo.
O artefato será exibido na exposição "Faire parler les pierres, sculptures médiévales à Notre-Dame" ("Fazendo as pedras falarem: esculturas medievais em Notre-Dame", em tradução livre), com outros 30 fragmentos esculpidos encontrados durante a reconstrução da catedral.
Achados nas escavações
Além da estátua de Jesus Cristo, outros itens notáveis foram descobertos. Para a conclusão das obras, foi preciso instalar 600 toneladas de andaimes e construir uma laje de concreto para sustentar a estrutura.
Em 2 de fevereiro de 2022, uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas de Arqueologia Preventiva (Inrap) foi mobilizada para recuperar artefatos enterrados nos escombros.
Os arqueólogos escavaram uma área de cerca de 100 metros quadrados, com profundidade de 40 centímetros, e encontraram:
- Estruturas usadas para estabilizar a superfície da construção, além de uma rede de dutos e aquecedores que datam de aproximadamente 1860.
- Vestígios de um arco medieval, esculpido no século XIII, que separava o coro do setor principal da catedral.
- Um caixão de chumbo em formato humano, que se acredita pertencer a alguém da elite, já que o enterro no coro da catedral era um privilégio reservado a figuras importantes.
O caixão foi enviado para o Instituto Médico Forense de Toulouse, onde análises indicaram, em setembro de 2024, que ele poderia pertencer ao poeta renascentistaJoachim du Bellay, enterrado em Notre-Dame. No entanto, essa hipótese ainda não foi confirmada cientificamente.
Apesar das descobertas, nem todos os achados foram retirados. Segundo os pesquisadores, ainda há elementos esculpidos que permanecem no local, "adormecidos".
A exposição na catedral de Notre-Dame já está aberta ao público, celebrando a história e a arte preservadas ao longo dos séculos.