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A mulher que criou um podcast para solucionar o assassinato de seu pai
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A mulher que criou um podcast para solucionar o assassinato de seu pai

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Aventuras Na História
13/04/2025 20h30
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16505987/original/open-uri20250413-18-1wqg9ln?1744576613
©Reprodução/Ice Cold Case
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Durante grande parte da infância, Madison McGhee acreditou que seu pai havia morrido de ataque cardíaco. Foi só aos 16 anos que a verdade veio à tona: John Cornelius "JC" McGhee havia sido assassinado com um tiro na cabeça, em sua casa no estado de Ohio, em 11 de julho de 2002.

O caso nunca foi solucionado e, desde então, ninguém foi responsabilizado pelo crime. JC era um traficante de drogas e informante confidencial, relata a filha, o que pode explicar os motivos para sua morte. Mas ela também sentia que isso era um fator fundamental para o caso ser menos investigado a fundo. 

Hoje, aos 29 anos, Madison está determinada a mudar esse cenário. Produtora independente de vídeos, ela decidiu investigar a morte do pai por conta própria e transformar a busca por justiça em um podcast, o "Ice Cold Case". Inspirada por produções semelhantes que ajudaram a solucionar crimes reais, como o caso do Assassino de Golden State, a americana decidiu seguir os mesmos passos, mesmo sem financiamento de estúdio ou apoio policial.

Foto
Madison McGhee e seu pai John Cornelius "JC" McGhee - Arquivo Pessoal

Meu pai foi morto com um tiro na cabeça, então só uma pessoa atirou, e é isso que eu preciso descobrir: quem era essa pessoa. Acredito que havia várias pessoas lá, então é só uma questão de quem é capaz disso e quem fez. É uma luta. E também tem a questão do motivo", disse McGhee à CBS News.

Investigação

Ao longo dos anos, Madison buscou respostas com familiares, vasculhou arquivos do caso e entrevistou testemunhas — algumas das quais nem sequer haviam sido localizadas pela polícia. Ela afirma que encontrou uma testemunha chave com apenas alguns minutos de busca nas redes sociais, apesar de a polícia alegar não ter conseguido encontrá-la.

Mesmo com acesso aos arquivos do caso, ela relata falta de cooperação do Departamento do Xerife do Condado de Belmont, responsável pela investigação. Segundo a mesma, o gabinete se recusou a compartilhar evidências da cena do crime e não comentou sobre as alegações de falhas na investigação.

A segunda temporada do "Ice Cold Case" trouxe um momento crucial: Madison entrevistou um homem apontado por várias testemunhas como o principal suspeito do assassinato. Ele chegou a ser investigado, e um grande júri foi convocado, mas nenhuma acusação foi formalizada. A conversa entre os dois, gravada em uma biblioteca na Virgínia Ocidental, é um dos momentos mais emocionantes do podcast.

"Ficamos sentados juntos por duas horas, e ele me disse que não matou meu pai, e foi muito emocionante", contou à CBS News. "Essa entrevista não prova a inocência dele de forma alguma, mas foi interessante, com certeza, e me ensinou muito".

A produção do podcast já consumiu mais de US$ 100 mil (mais de R$ 586 mil) de suas economias e aumentou significativamente sua dívida em cartões de crédito. Além disso, a investigação abalou relações familiares. Ainda assim, a mulher permanece firme no propósito: encontrar quem matou seu pai e fazer justiça.

Caso as autoridades não avancem na investigação, ela acredita que a terceira temporada pode ser a última. Porém, se as evidências reunidas levarem a uma prisão, McGhee promete acompanhar e cobrir todo o processo.

Esperança

Mesmo que o desfecho ideal não aconteça, ela espera que "Ice Cold Case" sirva para algo maior. "Eu estava tentando fazer as pessoas verem, ah, espera, muita gente como JC McGhee morre, e nós realmente não nos importamos, e talvez devêssemos", disse.

Sim, ele foi traficante. Sim, informante confidencial. Talvez um cara de negócios meio suspeito. Mas era um pai e tanto. Fazia tudo o que podia pela família".

Madison não esconde sua frustração com o andamento do caso, mas mantém a esperança de que sua investigação — amplamente pública e agora acompanhada por milhares de ouvintes — pressione a polícia a agir.

"Não sei o que vai acontecer. Não sei se o Departamento do Xerife do Condado de Belmont decidirá se vai prosseguir com a prisão ou se vai tomar alguma providência. Minha esperança para os próximos 12 meses é que você não consiga ir a lugar nenhum sem ver JC McGhee", finalizou à CBS News.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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