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Abraço de 1.500 anos: dois dos mais curiosos esqueletos já encontrados
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Abraço de 1.500 anos: dois dos mais curiosos esqueletos já encontrados

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Aventuras Na História
30/04/2023 11h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15528433/original/open-uri20230430-18-28i9vy?1682852974
©Divulgação/ International Journal of Osteoarchaeology
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Uma obra de construção realizada na cidade de Datong, situada na porção norte da China, acabou revelando a existência de um antigo cemitério com mais de 600 túmulos.

Entre as muitas sepulturas exploradas pelos arqueólogos, uma chama atenção das pessoas: aquela que servia de local de descanso para duas pessoas com os braços ao redor um do outro. 

A descoberta, repercutida mundialmente em 2021, foi descrita por um estudo publicado na revista "International Journal of Osteoarchaeology": 

O amor como uma parte importante do espectro de emoção humana tem sido retratado na literatura, folclore e arte desde a China antiga. No entanto, em cenários arqueológicos, a evidência direta do esqueleto para o amor é rara", afirmam os autores no início de seu artigo. 

Os esqueletos, que pertenciam a um homem e uma mulher, teriam mantido seu abraço póstumo durante nada menos que 1.500 anos, conforme a datação realizada pelos pesquisadores. Eles teriam vivido, portanto, durante a dinastia Wei do Norte, que se deu entre 386 d.C. e 534 d.C. 

A mensagem era clara — marido e mulher deitados juntos, abraçando-se em amor eterno durante a vida após a morte", acrescentam os responsáveis pelo estudo a certo ponto. 

O achado é ainda mais historicamente importante pelo fato de ser o primeiro a ter sido encontrado na China em que os cadáveres foram enterrados 'se abraçando'. Em outros países, por sua vez, já ocorreram descobertas assim, é o caso da Itália, Grécia e Romênia — ainda assim, vale enfatizar que não é nada comum na arqueologia. 

Mais detalhes 

Fotografia da sepultura / Crédito: Divulgação/ International Journal of Osteoarchaeology

 

Conforme informações repercutidas pelo Smithsonian Magazine, a mulher trazia um anel no dedo anelar da mão esquerda. Embora seja feita de prata, a joia foi considerada simples pela ausência de gravuras no metal, de forma que não teria sido uma relíquia cara na época que o casal chinês viveu. O cemitério em si onde estava localizada a sepultura deles, aliás, teria sido usado por plebeus. 

Um detalhe relevante de ser mencionado aqui é que, diferente de como acontece hoje, anéis como esse não significavam obrigatoriamente que a pessoa usando-os era casada. Tendo em vista a maneira como a dupla foi enterrada, no entanto, é possível que se trate de um símbolo do laço que existiu entre ambos. 

A causa da morte dos parceiros para além da vida também é um alvo de especulação para os arqueólogos que fizeram o achado. O homem, por exemplo, teria uma lesão no ombro direito que não chegou a se curar, provavelmente sendo o que levou à sua morte. 

Já os ossos da mulher não mostram nenhum sinal de trauma, o que fez os pesquisadores conjecturarem a respeito de um cenário de suicídio, com a viúva tendo se sacrificado após a morte de seus maridos para que pudessem ser enterrada junto dele.

Uma hipótese menos sombria, por outro lado, é que ambos teriam falecido no mesmo período, possivelmente por serem afligidos por uma mesma doença. 

Em entrevista ao Post, Qun Zhang, co-autor da pesquisa que analisou a descoberta, comentou que o budismo passava por um aumento em popularidade na época da morte dos chineses, fazendo com que houvesse uma maior atenção em relação ao que acontece quando morremos. É possível que essa mudança cultural tenha influenciado o enterro do casal. 


+ Clique aqui para conferir o estudo na íntegra. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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