Além do Papa: Figuras religiosas são atacadas por 'fiéis' em meio a disputa pela Presidência
Aventuras Na História
Nos últimos dias, o site Aventuras na História noticiou que figuras religiosas tem sido alvos de ataques em meio a disputa do segundo turno das eleições presidenciais. Nas redes sociais, por exemplo, Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, chamou atenção ao fazer uma reflexão sobre brigas políticas.
"Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora", escreveu Odilo na publicação ao ressaltar os ataques que presenciou.
++ Após críticas, arcebispo de São Paulo explica por que usa roupa vermelha;
O arcebispo também precisou explicar que o vermelho de sua roupa não tem conotação política, como apontavam falsamente alguns usuários do Twitter.
"Se alguém estranha minha roupa vermelha (perfil), saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à Igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Mas? ninguém machuque ninguém!", destacou ele através de sua conta no Twitter.
O pão que incomoda
Outro religioso que se tornou alvo da fúria dos internautas foi o Papa Francisco. No último domingo, 16, o Santo Padre fez uma postagem na qual elogiava as pessoas que dividiam a comida com os mais pobres. Na publicação, o Papa chamava atenção para o Dia Mundial da Alimentação, celebrado naquele dia. Foi suficiente para ser atacado.
++ Papa Francisco é atacado nas redes sociais ao elogiar 'aqueles que dividem o pão';
Deus Todo-Poderoso abençoe abundamente aqueles que dividem o pão com pão com os famintos #WorldFoodDay", publicou a conta do Papa Francisco.
Nas respostas do Tweet, ofensas foram registradas através de Tweets escritos em português. "Que a mão poderosa de Deus caia sobre vc, esse papa não me representa. João Paulo II Papa respeitado e amado", escreveu uma conta.
O desabafo do Padre Zezinho
Outro nome que comentou os recentes ataques foi o Padre Zezinho, um dos maiores nomes da música religiosa atual. Através de sua conta no Facebook, o religioso disse que só voltaria as redes sociais após o fim das eleições.
"DEPOIS DAS OFENSAS DE HOJE CONTRA O PAPA, contra os bispos, contra mim, com calúnias e palavras de baixo calão, estou fechando esta página até dia 31 de outubro. O triste é que as ofensas são todas de católicos radicais que preferiram o seu partido político ao catecismo católico", iniciou o artista através do comunicado publicado.
++Padre desabafa sobre ataques políticos: 'Preferiram o seu partido político';
Ele também aproveitou o desabafo para ressaltar que para muitos fiéis atuais, 'padre bom é o que vota com eles'.
"Acharam candidatos mais católicos do que Papas e bispos, cujos documentos nunca leram. A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles", descreve ele no desabafo.
Ataques infundados
Conforme repercutido pelo portal de notícias g1, muitos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que disputa o segundo turno das eleições, têm interrompido missas da Igreja Católica ou gerando ofensas em redes sociais. Para essas pessoas, as figuras religiosas 'pedem votos' ou atuam em defesa de 'temas alinhados à esquerda'.
Com os ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou uma nota no dia 11 de outubro. Na correspondência, é citada a 'exploração da fé e religião' com o intuito de conseguir votos.
"Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.
A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.
Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário."