Arqueóloga do RJ é reconhecida internacionalmente pela descoberta do Cais do Valongo
Aventuras Na História
Tania Andrade Lima, arqueóloga do Rio de Janeiro, se tornou uma das vencedoras do Hypatia Award. O reconhecimento internacional lhe foi concedido por sua descoberta do Cais do Valongo durante obras de revitalização da Zona Portuária da cidade.
Em uma cerimônia no dia 16 de outubro, em Florença, na Itália, Tania será reconhecida por sua atuação em Arqueologia e História. O evento acontece durante a abertura da 6ª Bienal de Restauro Arquitetônico e Urbano (BRAU6), conforme repercutido pelo G1.
Em 2011, Tania liderou as escavações no atual Sítio Arqueológico Cais do Valongo, onde se estima que ao menos um milhão de africanos escravizados tenham passado para entrar no país.
Seu trabalho foi distinguido internacionalmente por esclarecer parte da história escravocrata do Brasil, como foi o caso da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que reconheceu o local como Patrimônio Mundial em 2017.
História da escravidão
O Valongo, construído entre o final do século 18 e o início do 19, se entende por 350 metros de comprimento entre a Rua Coelho e Castro até a Rua Sacadura. Além de servir como cais, o local conhecido como “pequena África”, exibia escravos como mercadoria antes de serem vendidos.
Em 1831, o cais deixou de ser utilizado após a assinatura de leis que proibiam a escravidão. No início do século 20, a estrutura foi soterrada durante a reforma urbana do prefeito Pereira Passos.
A edição de 2023 do Hypatia Award também reconheceu outro brasileiro, o padre Júlio Lancellotti. Ele será homenageado por sua luta a favor de uma arquitetura urbana inclusiva e contra projetos urbanísticos hostis no país, que impedem moradores de rua de se refugiar em locais públicos.