Assassino de Maurizio Gucci atira no filho e tenta suicídio após briga familiar

Benedetto Ceraulo, condenado por assassinar o empresário Maurizio Gucci em 1995, tentou matar o próprio filho nesta terça-feira, 22, em Santa Maria a Monte, na província de Pisa, Itália. Após uma discussão, ele atirou no rosto de Gaetano Ceraulo, de 37 anos, e, em seguida, tentou tirar a própria vida.

O ataque ocorreu no jardim da residência alugada por Ceraulo, onde ele vive sozinho. O filho havia viajado para passar alguns dias com o pai durante o feriado de Páscoa. Ainda não se sabe o motivo do desentendimento entre os dois.

Segundo a imprensa italiana, Ceraulo utilizou uma pistola de pequeno calibre. Gaetano foi atingido de raspão, mas permaneceu consciente e conseguiu dirigir até um bar em uma cidade vizinha, onde recebeu os primeiros socorros.

Ele foi levado ao hospital em Pontedera e está fora de perigo. Já Ceraulo foi internado em estado gravíssimo no Hospital Cisanello, em Pisa, informou o jornal La Stampa.

Relembre o caso

O nome de Benedetto Ceraulo ficou conhecido internacionalmente por seu envolvimento no assassinato de Maurizio Gucci, herdeiro da famosa casa de moda italiana fundada por seu avô, Guccio Gucci.

O crime aconteceu em 27 de março de 1995, e chocou o mundo da moda e da alta sociedade italiana. Gucci, então com 46 anos, foi morto com quatro tiros disparados por Ceraulo na entrada do prédio onde mantinha seu escritório, em pleno centro de Milão.

O assassinato foi encomendado por Patrizia Reggiani, ex-esposa de Maurizio e mãe de suas duas filhas, motivada por questões financeiras e ressentimento após o divórcio. Reggiani ficou conhecida como a “Viúva Negra” e foi condenada por ser a mandante do crime, ao lado de outros cúmplices envolvidos na contratação dos executores.

Condenado à prisão perpétua em 1998, Ceraulo teve a pena reduzida para 28 anos dois anos depois, em decisão da corte de apelação. Em 2017, recebeu o benefício da liberdade condicional sob a condição de participar de um programa de reintegração social. Desde então, vivia de forma discreta na região rural da Toscana.

O caso ganhou ainda mais notoriedade com o lançamento do filme "Casa Gucci" (2021), dirigido por Ridley Scott, em que Reggiani foi interpretada por Lady Gaga, reacendendo o interesse público pela história e pelas figuras envolvidas.