Bolívia: Governo diz que Morales reagiu contra Polícia de Combate ao Narcotráfico
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O governo da Bolívia rejeitou, nesta segunda-feira, 28, as alegações de que teria orquestrado um ataque contra o ex-presidente Evo Morales, cujo veículo foi atingido por disparos no domingo. Segundo as autoridades, a comitiva de Morales teria reagido contra a Polícia de Combate ao Narcotráfico, que estava em uma operação de rotina.
Morales acusa o governo de ter tentado assassiná-lo quando balas perfuraram seu automóvel nas primeiras horas de domingo. Esse incidente intensifica as já tensas relações entre Morales e o atual presidente, Luis Arce, anteriormente seu aliado.
Comitiva de Morales
Em coletiva de imprensa, Eduardo del Castillo, ministro do Interior boliviano, declarou que a Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico (FELCN) estava em uma patrulha regular quando a comitiva de Morales abriu fogo e atropelou um agente policial.
O ex-presidente admitiu, em entrevista a uma rádio no domingo, ter respondido aos tiros dos policiais, após supostamente terem iniciado o ataque.
De acordo com informações governamentais, os veículos associados a Morales eram suspeitos de transportar entorpecentes. O ex-presidente boliviano refutou veementemente essa versão, classificando como infundadas as alegações de que se tratava de uma operação legítima antidrogas.
"Se esse fosse o caso, por que sua equipe policial de elite atirou mais de 18 vezes nos veículos em que eu estava viajando?", questionou Morales em sua conta na rede social X (antigo Twitter).
Acusações de Morales
Morales, cujos seguidores vêm organizando bloqueios de estradas há semanas em seu apoio, divulgou um vídeo no Facebook mostrando-se no banco do passageiro dianteiro e perfurações de bala no para-brisa do carro. "Agentes de elite do Estado boliviano tentaram tirar minha vida hoje", escreveu Morales nas redes sociais, repercutiu o The Guardian.
Luis Arce, por sua vez, repudiou qualquer forma de violência política e solicitou uma investigação imediata e aprofundada sobre o ocorrido. O vice-ministro da Segurança de Arce já havia prometido investigar todas as denúncias, independentemente de sua veracidade.
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