Casamento turbulento e hostilidade da família de Napoleão Bonaparte: Veja curiosidades sobre Josefina
Aventuras Na História
Marie-Joseph Rose de Tascher de la Pagerie, mais conhecida como Josefina, foi a primeira imperatriz da França, mas sua história não se resume a isso. A busca da estabilidade financeira desde a infância e a execução de seu primeiro marido, com quem tinha dois filhos, são algumas das coisas que precederam seu relacionamento com general Bonaparte.
Enquanto você se prepara para a estreia do filme 'Napoleão' de Ridley Scott, o site Aventuras na História foi atrás da história de Josefina. Desde a sua infância, passando por sua vida como imperatriz, até seu falecimento após a queda do Império.
1. A infância
Marie-Joseph Rose de Tascher de la Pagerie nasceu no dia 23 de junho de 1763, na plantação Tros-Îlets, localizada na ilha francesa de Martinica. A filha mais velha de uma família nobre, que na época respondia ao apelido de Rose, foi enviada ao convento Dames-de-la-providence, aos 10 anos.
Sua ida à instituição tinha como objetivo adquirir uma educação adequada para se casar com um filho de uma família abastada e sanar os problemas financeiros de sua família, o que funcionou. Aos 16 anos, Rose, se casou com Alexandre de Beauharnais, de 19 anos, no dia 13 de dezembro de 1779, em Noisy-le-Grand, uma comuna nos arredores de Paris.
O casal de estabeleceu nos subúrbios que circundavam Paris com seus dois filhos, um menino chamado Eugène e uma menina chamada Hortense, nascidos em 1781 e 1783, respectivamente. Porém, o relacionamento sofreu turbulências que culminaram em separação no dia 5 de março de 1785.
Com o fim de seu casamento, Rose ficou responsável pela criação de Hortense, enquanto Alexandre cuidou de Eugène. Mas ao enfrentar dificuldades financeiras, ela retornou com sua filha à Martinica, onde permaneceriam por dois anos, conforme repercutido pelo site da Fondation Napoléon.
2. Dificuldades
A Revolução Francesa, iniciou-se em Paris, no ano de 1789, mas suas repercussões atingiram a Martinica em 1790, momento em que ela regressou a Paris com a filha. Ao chegar na capital francesa, se reconectou com o marido, que em 1791, atuava como presidente da assembleia constituinte do governo francês.
A relação dos dois fora restabelecida por Rose, que visava ganhar influência e cultivar conexões políticas, entretanto, seu plano fracassou, quando Alexandre, encarregado de proteger a cidade de Mainz (que fazia parte da França sob o nome de Mayence), falhou em sua tarefa e a região fora dominada por prussianos e austríacos.
Renunciar ao cargo não foi suficiente para ele, que foi preso em janeiro de 1794 e executado em 23 de julho de 1794. Rose, que também havia sido detida por conspiração política, escapou da guilhotina graças à queda de Robespierre em 28 de julho.
3. A ascensão
Ao receber a liberdade em agosto de 1794, permaneceu em Paris, onde conheceu um jovem general em 1975, chamado Napoleão Bonaparte, que se apaixonou imediatamente e lhe apelidou de Josefina.
Em um primeiro momento, ela não demonstrou interesse pelo general, que era seis anos mais novo e não possuía filhos. Mas o desinteresse era compensado pela ambição que ambos compartilhavam. Seu relacionamento com Napoleão lhe trazia prestígio e segurança financeira, afinal, ele foi introduzido à alta sociedade. Assim, se casaram em 9 de março de 1796.
As personalidades dominantes de Napoleão e Josefina tornaram o relacionamento tempestuoso desde o início. Napoleão se ausentava em campanhas militares e sua esposa se mantinha em Paris para cultivar sua posição social. Os longos meses de distância atrapalharam o relacionamento, marcado por infidelidades mútuas.
Com o golpe militar de 18 de Brumário, que ocorreu entre 9 e 10 de novembro de 1799, Napoleão se tornou o primeiro cônsul francês e o casal se realocou para o Palácio das Tulherias, onde Josefina organizou eventos tidos como inesquecíveis.
O novo cargo de seu marido significou ainda mais regalias e gastos, que incluíam desde roupas até a casa senhorial Malmaison, conhecida por seus jardins de rosas e animais exóticos, como zebras, avestruzes e cangurus.
Contudo, as regalias para manter sua posição na alta-sociedade francesa vieram acompanhadas de atritos em seu casamento. O charme amenizava o descontentamento de seu marido, que chegou a afirmar que reconheceu “ganhar batalhas, masJosefina ganha corações”.
4. Desavenças
Todavia, os encantos de Josefina não foram suficientes para agradar à família de Napoleão. Eles mantiveram abertamente uma rivalidade, que nem mesmo o general conseguiu apaziguar por meio da adoção do enteado Eugène e o casamento da sua enteada Hortense com seu irmão, Luís Bonaparte.
Em defesa de sua esposa, Napoleão fez com que suas irmãs carregassem o seu vestido durante a cerimônia de consagração e a coroação de 1804, além de insistir pelo título de imperatriz para Josefina.
Entretanto, é importante ressaltar que, uma das causas de atrito entre os Bonaparte e Josefina era que a mesma não havia gerado herdeiros, algo que o agora imperador também insistia. Josefina chegou a procurar um tratamento para sua infertilidade, mas não obteve sucesso.
5. A queda
No dia 15 de dezembro de 1809, os encantos de Josefina perderam o efeito e o casal se separou. Durante a separação, Napoleão proferiu uma declaração a respeito de sua antiga amada.
Ela foi coroada com minha mão; Quero que ela mantenha o posto e o título de Imperatriz, mas definitivamente não quero que ela duvide dos meus sentimentos e quero que ela sempre me considere como seu melhor e mais querido amigo”, disse Napolão.
Josefina continuou morando em Malmaison, onde se dedicou na manutenção da residência e a sua extensa coleção de arte. Ela tinha mais de duzentas telas que exibia com orgulho aos seus convidados.
Em poucos anos, a França se viu em perigo. O fracasso de Napoleão em sua campanha na Rússia resultou em uma investida de potências europeias. Em 1814, o país foi invadido e, em 30 de março, sua capital, Paris, se rendeu e fora ocupada pelas tropas do czar Alexandre I durante um ano. Meses depois, o Império sucumbiu e Napoleão foi exilado em Elba, na Itália.
O final de Josefina se diferencia do experienciado por seu ex-companheiro. Sua amizade com o czar russo Alexandre I, pautada em um gosto compartilhado por arte e no respeito do monarca russo com seus dois filhos, lhe mantiveram nas boas graças do novo rei da França, Luís XVIII, que mantinha uma aliança pacífica com o czar.
Aos 51 anos, Josefinafaleceu em decorrência de uma pneumonia em Malmaison, no dia 29 de maio de 1814. Seu funeral foi sediado pela igreja de Saint-Pierre-et-Saint-Paul, em Reuil, quatro dias após sua morte.