Chaves e fechaduras: Os segredos por trás de abrir e fechar portas
Aventuras Na História
As chaves e as fechaduras são quase tão antigas quanto as habitações humanas e diversas narrativas mitológicas fazem alusão ao uso dessas ferramentas. Como tempo, se tornaram símbolo de proteção e riqueza. O livro de Jeremias, no Velho Testamento, relata que fechaduras foram instaladas nos portões da antiga Jerusalém em torno de 445 a.C.
Aperfeiçoadas pelos romanos, as fechaduras foram inovadas durante a Idade Média, na Europa. A maioria das novidades, no entanto, consistia em mecanismos para dificultar os furtos.
Até o fim do século 18, antes da Revolução Industrial, as chaves permaneceram bastante rudimentares. Com o desenvolvimento de novos processos de metalurgia, porém, diversos inventores se dedicaram a criar fechaduras mais seguras, revolucionando o processo de abrir e fechar portas.
1. Nó (5000 a.C.)
Por milhares de anos, cordas feitas de junco eram usadas para amarrar as portas. Embora não oferecessem proteção, nós complicados indicavam ao menos a presença de intrusos. Com o tempo, foram substituídas por argolas de metal, na qual se colocava um pino para mantê-las travadas.
O método não oferecia segurança, visto que qualquer um podia desatar o nó ou levantar o pino, ao qual se dava o nome de clavis, em latim. A palavra-chave deriva daí.
2. Chave egípcia (2000 a.C.)
A primeira fechadura egípcia era formada por uma placa de madeira perfurada, contendo pinos que travavam a porta. A chave, também de madeira, parecia uma escova de dentes. Era inserida por baixo, de modo a levantar os pinos e permitir a remoção da trava.
Fechaduras assim foram encontradas no Japão e na Noruega e ainda são usadas no Egito, na Índia e em Zanzibar. O artefato mais antigo foi encontrado perto de Nínive, capital do Império Assírio.
3. Chave romana (300 a.C.)
Os romanos usavam diversos tipos de travas para portas, como a fechadura egípcia e o cadeado. Mas, nas mãos dos romanos, os rudimentares aparatos egípcios se transformaram em engenhocas de aço com molas.
Eram mais precisas e mais bem desenhadas e podiam ser embutidas ou instaladas nas portas. Mas a invenção tinha um revés: só podia ser aberta de um lado. A chave era símbolo de status, pois indicava que você tinha riquezas a proteger.
4. Fechadura por alavanca (1600)
Na Idade Média, as fechaduras eram simples, com talhos em combinações específicas. O problema era que podia ser aberta com uma chave-mestra. Com o tempo, foi desenvolvido um modelo que usava alavancas que travavam melhor o ferrolho.
Em 1818, o governo britânico ofereceu um prêmio a quem desenvolvesse uma fechadura que pudesse ser aberta por apenas uma chave. O inventor Jeremiah Chubb ganhou a competição.
5. Fechadura de ação dupla (1778)
O chaveiro britânico Robert Barron desenvolveu a primeira fechadura de ação dupla. O mecanismo funcionava com duas linguetas. Uma vez trancado à chave, para ser destravado era necessário levantar duas alavancas na altura exata. Como usava um par de chapas simétricas, podia ser aberta ou fechada de ambos os lados. A invenção, considerada mais segura, revolucionou o mundo das fechaduras.
6. Cilindro (1865)
Inspirado por uma fechadura desenvolvida por seu pai em 1848, o mecânico Linus Yale Jr. desenvolveu a fechadura moderna. O design original usava pinos de comprimento variado para prevenir que a fechadura fosse aberta sem a chave correta.
Yale Jr. modificou o desenho da chave para ser menor e mais chata, com pontas serrilhadas, e tornou o mecanismo cilíndrico. O modelo, em uso até hoje, era um aperfeiçoamento das fechaduras romanas.
7. Cartão (1975)
Desenvolvida pelo inventor norueguês Tor Sørnes, o primeiro modelo de chave em forma de cartão era feito em plástico perfurado com 32 buracos arranjados em padrões únicos, com milhares de combinações possíveis.
Não satisfeito, ele continuou aprimorando o modelo e, três anos mais tarde, desenvolveu o primeiro cartão eletrônico. O cartão é inserido em uma fechadura com leitor programada para reconhecer e liberar aquela assinatura magnética específica.
8. Biometria (2009)
Outra inovação sobre fechaduras mecânicas é a tranca biométrica. Uma digital é cadastrada no sistema que autoriza a entrada apenas de usuários devidamente registrados.
Para abrira porta, basta colocar o dedo no leitor óptico, que, ao reconhecer o padrão específico, libera a entrada. Também já são usados modelos que reconhecem frequências de batimentos cardíacos e o desenho da íris, ainda mais seguros.