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Como ‘O Poderoso Chefão’ enfureceu Frank Sinatra?
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Como ‘O Poderoso Chefão’ enfureceu Frank Sinatra?

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Aventuras Na História
05/08/2023 14h51
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©Domínio Público via Wikimedia Commons / Reprodução/Paramount Pictures
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Até hoje, um dos filmes mais mencionados como "um dos melhores da história do cinema" é o clássico 'O Poderoso Chefão' (1972), dirigido por Francis Ford Coppola e com Marlon Brando no elenco. E a fama não é à toa: ao todo, o longa faturou três estatuetas do Oscar, entre elas a de Melhor Filme e Melhor Ator para Brando.

No entanto, para que uma obra tão famosa pudesse ser concebida, a etapa de produção do longa sofreu com imprevistos, muitos deles inclusive ministrados pela própria máfia italiana, residente e muito forte nos Estados Unidos na época. Ainda assim, eventualmente a produção entrou em acordo com os mafiosos, e ela pôde avançar tão bem quanto ficou marcada nas nossas memórias.

Outra história por trás da produção de 'O Poderoso Chefão', por sua vez, chama atenção pelos nomes envolvidos: Frank Sinatra, o lendário cantor, e Mario Puzo, roteirista do filme. Isso porque, conforme retratado em 'The Offer' (2022) — série da Paramount+ sobre a tumultuada produção do premiado filme — os dois se desentenderam ainda enquanto o longa-metragem era escrito. Entenda!

O cantor Frank Sinatra e o roteirista Mario Puzo, respectivamente
O cantor Frank Sinatra e o roteirista Mario Puzo, respectivamente / Crédito: Getty Images ? Foto por Gotfryd, Bernard, photographer pelo Wikimedia Commons

Hater Sinatra?

Uma das razões para a máfia italiana se incomodar com a produção de 'O Poderoso Chefão' era a forma como os ítalo-americanos eram retratados, de maneira muito estereotipada. Com isso, o filme alimentaria ainda mais os preconceitos que essas pessoas já sofriam. E entre as várias pessoas que faziam essa crítica aos desenvolvedores do filme, estava Frank Sinatra.

Sinatra também não gostava da maneira como 'O Poderoso Chefão' trabalhava com a imagem dos ítalo-americanos. Além disso, muitas das pessoas que conheciam o livro que inspirou o filme na época — de autoria de Mario Puzo, publicado em 1969 —, acreditavam que o personagem Johnny Fontane, um cantor e ator cuja carreira foi facilitada pelo crime organizado, seria inspirado no próprio Frank Sinatra.

A confusão já era prevista pela própria produtora, que temia um processo por parte de Sinatra devido ao personagem de Fontane. Além disso, o músico americano já havia exigido ver um manuscrito inicial do romance, e também alertado o ator e cantor Al Martino — que interpretou Johnny Fontane — de que, caso aceitasse o papel, nunca mais se apresentaria em Las Vegas (o que não aconteceu de fato).

O personagem Johnny Fontane em 'O Poderoso Chefão' (1972)
O personagem Johnny Fontane em 'O Poderoso Chefão' (1972) / Crédito: Reprodução/Paramount Pictures

Discussão

Em Hollywood, as pessoas mais famosas geralmente se conhecem, de forma que é comum vê-los nas mesmas festas, restaurantes e eventos. E já na época da 'O Poderoso Chefão', a vida das celebridades seguia esse ritmo; dessa forma, não era de se surpreender que Frank Sinatra e Mario Puzo tivessem um amigo em comum: John Wayne.

Então, em uma oportunidade organizada pelo ator, Puzo concordou em se encontrar com Sinatra, pensando em resolver toda a confusão entre ele e a produção em andamento. No entanto, o músico não teve uma resposta muito positiva ao encontro: "Acho que não. Eu não quero conhecê-lo."

Essa briga é retratada em 'The Offer', da Paramount, mesmo que não da forma mais fiel aos relatos. Conforme descrito pelo site Mental Floss, logo após a fala o cantor teria começado a se exaltar, com gritos e ameaças direcionadas a Puzo — em palavras que, infelizmente, nunca foram registradas com exatidão para a posteridade.

Segundo o produtor de 'O Poderoso Chefão', Al Ruddy, que também estava presente nessa fatídica discussão, Puzo precisou ser contido e levado para fora do restaurante onde ocorria o encontro. Ao passo que Sinatra ameaçava, dizendo que daria uma surra no roteirista caso ele não fosse tão mais velho.

Em 'The Offer', porém, a briga possui alguns exageros com finalidade narrativa. Por exemplo, nela Sinatra é retratado usando palavrões, e Puzo teria se defendido com um garfo. Enquanto isso, na realidade, Puzo se lembraria que o cantor se absteve de palavrões, e nenhuma arma ou talher foi envolvida.

Ainda assim, embora o filme tenha avançado normalmente e se tornado um sucesso tão grande que faz dele conhecido até os dias de hoje, toda a confusão teria desanimado e entristecido Puzo. Afinal, Sinatra, um de seus maiores ídolos, ainda ficaria bastante chateado com o filme que sairia.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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